quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Esconderijo do silêncio

 Podíamo-nos esconder dentro deste cubo de silêncio

Que alimenta a noite

E que da noite,

Levanta voo dos teus olhos de mar.

 

Morres-me quando as gaivotas fogem do teu olhar

E constroem sobre o prado verdejante

As primeiras lágrimas que a manhã vomita.

Embriagado seja

O sono

Quando me morres

Depois das pequenas coisas

Despertarem pela madrugada.

 

Morres-me quando dentro deste cubo de silêncio

Que se abraça à noite

Zarpar deste porto sem nacionalidade

Destas mãos que se cansam de viver

Nesta vida de enganos,

O meu teu corpo moribundo,

 

Esperando a morte,

Às vezes,

Desejando a morte,

Quando se esconde nos teus lábios de mel.

 

Morres-me quando deixo sobre este papel

As madrugadas das estrelas de cartolina,

Morres-me quando me alicerço à manhã…

E procuro na manhã,

O que nunca vou encontrar;

Um pedaço de chocolate com sabor a saudade.

 

 

 

09/08/2023

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