Bom dia,
Quando
o homem morre
Enquanto
o homem morre debaixo de um seixo,
E
eu poderia ter sido tudo
E
escolhi não ser nada,
À
parte disso
Uma
estúpida chuva de sono
Desce
pelo meu corpo
E
sinto em mim as nuvens de sangue da madrugada,
Bom
dia,
Bom
dia para esta manhã lindíssima
Das
pedras e dos silêncios
Da
morte
E
de todos aqueles que morrem
E
que descobrem a felicidade,
Bom
dia,
Bom
dia aos esqueletos de insónia
E
aos grandes filhos da puta desta triste vida,
Bom
dia,
Bom
dia à chuva
Bom
dia à poesia e à literatura
Bom
dia aos poemas de merda que escrevo
E
que vou continuar a escrever,
Bom
dia,
Bom
dia ao Universo…
Um
bem-haja a todas as coisas mortas!
Alijó,
8/01/2023
Francisco
Luís Fontinha