Imagino o teu corpo
uma límpida folha de papel,
Lapidá-lo com as
minhas mãos todas as palavras,
As possíveis…
E as impossíveis,
Meus Deus…! Tenho
tanto onde escrever…
Imagino os teus
lábios ao acordar,
(Húmidos,
tranquilos como um veleiro à deriva no mar),
Suspensos nos meus,
como se fossemos dois triângulos interlaçados no infinito,
Imagino os teus
seios fundeados no meu peito,
Sem pressa de
zarparem,
Esperando que
regresse o amanhecer,
Esperando que eu
termine de escrever,
(só… só não
consigo imaginar,
O que tu imaginas
com as minhas mãos de brincar…!)
Imagino o teu olhar,
Escondido na sanzala
dos gritos,
Uns dias quer voar…
Outros…, outros
deseja poisar no silêncio nocturno dos pássaros,
(só… só não
consigo imaginar,
O que tu imaginas
com as minhas mãos de brincar…!)
Imagino os teus
gemidos dançando na seiva embainhada,
Como uma jangada,
Como uma palavra…
Imagino os teus
cabelos suspensos na alvorada,
Livres,
Tão livres como o
pensamento…
Imagino o teu corpo
uma límpida folha de papel,
Lapidá-lo com as
minhas mãos todas as palavras,
As possíveis…
E as impossíveis,
Meus Deus…! Tenho
tanto onde escrever…
(só… só não
consigo imaginar,
O que tu imaginas
com as minhas mãos de brincar…!)
Imaginar…
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 18 de
Agosto de 2014