Perdi todas as
imagens que o cansaço foi poisando nos meus ombros,
Destruí as
fotografia onde habitavam os meus cabelos,
Perdi-me na
escuridão, fiquei por aí…
Como um sonâmbulo
invisível,
Vestiram-me de
palhaço,
Fui trapezista…
E de circo em circo,
Construí no meu
olhar os fios de seda do amanhecer,
Quis voar… quis
ser avião, pássaro…
E hoje sou um cubo
de granito,
Com correntes de
aço,
Com boca de palhaço…
Perdi todas as
imagens que trouxe num caixote em madeira,
Sem destinatário,
Sem terra para
aportar…
Acreditei ter
nascido no mar,
Sou um apátrida,
sou uma sanzala de algodão,
Com dentes de
marfim…
Sou capim,
Cacimbo,
Embondeiro…
Sou… sou tudo
aquilo que nunca quis ser,
Marinheiro,
Paquete, poeta…
poeta com as calças na mão!
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 20 de
Agosto de 2014
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