domingo, 10 de março de 2013
sábado, 9 de março de 2013
A fuga inventada
Inventei distâncias para fugir de ti
criei dentro de mim
personagens invisíveis
bonecos e bonecas em pura porcelana
vivi menti
como um agarrado jardim
às árvores comestíveis
dos corpos mortos na lareira chama,
Como me arrependo das caminhadas pela
montanha
comendo ervas daninhas
ou aguentando o castigado castigo
do homem com cabeça de vidro
dormíamos inventando prazeres
e pequenos gemidos
que a noite engolia
e o dia
o querido dia transpirava
vomitava
contra as ardósias das ruas em
desalinho
dentro de mim invenção da manhã
doente e sonolenta,
Inventei o coração de prata
e o orgasmo matinal
inventei os relógios de sol
e os telhados de lata,
Inventei distâncias para fugir de ti
desenhei versos de amor
nas parede insolentes
dos corpos com colares de iodo
inventei a loucura
e as enfermarias onde acorrentam Marias
e a mim
que inventei as árvores com folhas de
papel...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
Os ouros em fumo de cigarros
Poucas coisas tínhamos para dizer,
(há dias assim, esquisitos, doentes, dias de
“merda” que eu vejo a aproximação de uma noite, também ela,
esquisita, doente, e de “merda”),
deixou de ter paz e sossego, depois de clarear a
manhã e de muitos milímetros quadrados de gotinhas de água,
lembrou-se que hoje era Sábado, e que hoje não necessitava de
levantar-se cedo, tomar banho apressadamente, o pequeno almoço em
soluços e o primeiro café ainda as moedas jazem na algibeira, hoje
Sábado não puxou pelo primeiro cigarro, pois precisamente hoje,
Sábado passaram dez meses que fumou o último cigarro, e
dizia ele,
é como o amor e a paixão, aos poucos vamos
esquecendo, tudo na vida podemos esquecer, não apagar como se
existisse um apagador que absorvesse o giz das coisas boas e das
coisas más que a vida constrói sobre a ponte metálica que
atravessa o rio da saudade, mas, depois, depois passados os enormes
segundos multiplicados pelos duodécimos do prazer, e
dizia ele que ainda ontem tinha tudo, e hoje, nada
lhe resta,
(eu sinceramente não acredito nas suas palavras,
porque nunca se tem tudo, e quando pensamos que temos, falta sempre
algo), mas isso é lá com ele e de aldrabão tem um pouco, como
todas as flores que vi e ouvi no jardim da casa dele,
poucas coisas existem concretamente para dizer,
que está a chover, mas isso não me é novidade,
cheguei do café à pouco e acreditem que tinha mais água em mim do
que moedas de ouro, e como diz ele
os ouros desaparecem como o fumo dos cigarros,
é a vida amigo Gonçalves digo-lho eu, confesso que
fica mais calmo, do tipo, deixa lá amigo, a minha casa também ardeu
toda, ou então?
também tal como tu estou encornado e não é isso
que me vai matar ou por isso vou deixar de viver, vamos mas é ao
tasco beber umas minis, uns vinhos tintos, e quem sabe, na volta do
correio, um novo amor apareça, como apareceram aquelas palavras que
descobriste na parede do sótão, ou
(que está a chover, mas isso não me é novidade,
cheguei do café à pouco e acreditem que tinha mais água em mim do
que moedas de ouro, e como diz ele
os ouros desaparecem como o fumo dos cigarros),
ou, poucas coisas tínhamos para dizer, e como
sempre haviam silêncios disfarçados de melódicos sons embrulhados
num fino pano de linho, ou
não quero,
eu respondia-lhe,
eu também deixei de querer,
e comecei a acreditar nas nuvens com braços e
pernas e corpos de mulher, e comecei a acreditar no vento que
empurram as nuvens com corpo de mulher para o cimo da montanha, onde
solitariamente, vive uma pedra com braços e pernas e também com
corpo de mulher, e comecei a acreditar nas palavras que começaram a
cair do céu, e comecei a acreditar que o mar
não tinha nada para me dizer,
e comecei a creditar que um vez por semana o mar
subia a montanha e com a sua salgada água ensanguentava as nuvens e
a pedra, com pernas e braços e corpos de mulher, e comecei a ver os
dias a entrarem dentro de um tubo de vácuo, e rodopiavam e
rodopiavam e rodopiavam
(que está a chover, mas isso não me é novidade,
cheguei do café à pouco e acreditem que tinha mais água em mim do
que moedas de ouro, e como diz ele
os ouros desaparecem como o fumo dos cigarros),
e rodopiavam até tropeçarem nas mentiras
inventadas pelos livros que só o Inverno consegue transformar em
lareira, estava frio, a nuvem e a pedra, com braços e pernas e
corpos de mulher começaram, também elas, a acreditar
(e quando muita gente começa a acreditar numa
mentira, quando chega o Sábado, já é uma verdade anunciada,
proclamada e publicada em livro branco que em todos as lápides
existe),
é assim a vida, amigo Gonçalves,
sabes?
não, diz,
vou ouvir um pouco de Fingertips e ler o livro de
Colette “Gigi” ou Bernardo Soares “Livro do Desassossego”, ou
em vez de ler, oiço apenas, ou aproveito e enquanto oiço, penso,
que
poucas coisas tínhamos para dizer, e no entanto,
chove torrencialmente na minha vida.
Francisco Luís Fontinha
sexta-feira, 8 de março de 2013
Mulheres a preto e branco
Ei-lo que se recusará a regressar antes que a ponte
velhíssima de madeira se desmorone sobre as pálidas algas das
tristes tardes de Inverno, ei-lo, o transeunte mais procurado dos
Pinhais de Cima, aldeia pacata e silenciosa que cresceu, aos poucos
como um cogumelo de areia, entre as rochas fragmentadas das cabeças
ocas dos homens com pernas de cimento, enferrujado o aço, sobejaram
algumas paisagens que um fotografo famoso guardou para a posteridade,
algumas fotografias a preto e branco, porque ele sempre amou as
fotografias a preto e branco e não se cansa de dizer que
São como as mulheres, belas,
Uma fotografia a preto e branco e uma mulher, ambas
elas belas, e a diferença está no papel, a fotografia exibe um
papel macio, cristalino e cintilante, e a mulher, exibe uma pele de
sombras que caminham sobre as ondas cristas que a maré desenha nos
desejos depois de partir o pôr-do-sol e antes de regressar a lua,
Ei-lo, o ausente mutante que acreditava nas palavras
que lia, ei-lo agachado no pavimento húmido dos quartos reles de
pensões miseráveis, e no entanto, ele, preferia as fotografias a
preto e branco, e às mulheres, das mulheres recebia uma chave de
carícia em formato de três por três e que tinha como objectivo
abrir todos os corações mais secretos e encerrados das noites
ilimitadas, quando a tangente de (x) tende para uma cama com lençóis
de papel e um guarda-fato com um espelho onde se vê o círculo
trigonométrico das mulheres de coração claustrofóbico, ele
Sou uma fotografia aparvalhada, vesti-me de palhaço,
sem tenda de circo e apenas com uma roulote dei duas voltas à aldeia
dos Pinhais de Cima, e desenha no invisível rectas, cubos, círculos,
triângulos e meninas de chocolate,
Existem mulheres a preto e branco como fotografias
com coxas transeuntes, e têm o coração tão fechado, tão fechado,
que nem o amigo Rocha das Chaves consegue abri-los, coisas dos
artistas, escritores e poetas, porque se eu tivesse a habilidade que
ele tem para abrir fechaduras...
Meu Deus, quantos corações,
(paciência, cada um tem o seu ofício, e eu, não
tenho nenhum)
E eu tenho muita, como as árvores, vou esperando
que cessem todas as tempestades e que uma nuvem com recheio de amor
desça às profundezas das masmorras onde se passeiam correntes e
argolas e animais ferozes, a selva desceu à cidade, os rios fugiram
para a montanha, e um ditador roubou-nos o mar, mas não nos
importamos, já nos roubaram tantas coisas
Que
É mais uma, que diferença faz?
(este bloqueio vai estar activo durante mais 1 dia e
23 horas)
Que nascemos para vivermos sobre tempestades (só
alguns) e que também (só alguns) são incapazes de abrir uma
simples fechadura, ou
Arrombar a janela de paixão,
Ou levitar sobre os telhados dos Pinhais de Cima,
vestido de domador de feras, porque começando por ele, há feras
completamente indomáveis como o porteiro do edifício contiguo à
repartição onde trabalha o Alfredo, o velho Alfredo que desde que
me lembro espera e desespera pelo regresso
E ei-lo que se recusará a regressar antes que a
ponte velhíssima de madeira se desmorone sobre as pálidas algas das
tristes tardes de Inverno, ei-lo, o transeunte mais procurado dos
Pinhais de Cima, aldeia pacata e silenciosa que cresceu, aos poucos
como um cogumelo de areia, entre as rochas fragmentadas das cabeças
ocas dos homens com pernas de cimento, enferrujado o aço, sobejaram
algumas paisagens que um fotografo famoso guardou para a posteridade,
algumas fotografias a preto e branco, porque ele sempre amou as
fotografias a preto e branco e não se cansa de dizer que são como
as mulheres, belas, e como as flores, ainda mais belas que as
fotografias, mas
Menos belas que as mulheres a preto e branco.
(ficção não revisto)
Francisco Luís Fontinha
quinta-feira, 7 de março de 2013
Desisti dos cabelos negros com olhos castanhos
Vou sonhando, vou, dentro das águas milenares que
da fonte da inocência brotam, deixei de procurar-te, tal como deixei
de me importar com o sal que a água transporta, e às escondidas, e
Vou
E sem saber que a vizinha que eu pensava existir
apenas no espelho do guarda-fato, porque era naquele lugar que eu a
encontrava todos os dias, hoje
Bateu-me à porta,
Procurou-me, e deixei de a procurar, desisti dos
cabelos negros com olhos castanhos e pele cor de chocolate,
bateram-me à porta, preparei-me para abrir, e ela parecendo uma rosa
descida do pedestal do silêncio, murmurou-me, gritou-me,
infernizou-me a paciência
O vizinho por acaso tem sal que me empreste?
Respondi-lhe que não, que o único sal que disponho é o que
transporta a água, e que me desculpasse mas estou com pressa, vou
sair, preciso de sair desta casa
O vizinho é mesmo um rabugento e mal educado,
Pois sou, claro que sou, mas não fui eu que lhe
bati à porta a pedir sal, fui?
É por essas e por outras que vai morrer só, E
passei-me, e respondi-lhe deselegantemente que o facto de estar só
não quer dizer que esteja só,
Ela
Não percebi,
Eu
Também não é para a senhora perceber e
desculpe-me mas tenho de encerrar a porta, vá ao vizinho do segundo
esquerdo, parece que esse tem sempre tudo,
Ele é o colesterol, ele é bicos de papagaio, ele é
a próstata, ele é o esqueleto empenado..., talvez tenha sal, quem
sabe?
Ela nunca me gramou, sempre me desculpou nas minha
aventuras, mas eu sabia que fingia, e nunca me perdoou as fendas que
deixei nas paredes da vida, ela nunca percebeu que eu apenas tenho
alguns cachimbos e uns tantos livros, nada mais, e no entanto,
bastantes CDS, considero-me um barco feliz, tenho asas, voo sobre os
telhados das aldeias de zinco, quando quero, puxo da âncora e
estaciono num qualquer banco de jardim,
“Cuidado, pintado de fresco”,
E quando percebo, zás..., o casco recheado de
listras encarnadas, como um prisioneiro abandonado no cais do
inferno, quando o rio se transforma em absorto desejo das entranhas
algibeiras de prata, das mãos, incham os dedos coloridos com sabor a
limão, e erguem-se-lhe do ventre as flores mortas que as noites se
poisam nos seios de oiro clandestino,
Ouvia-te permaneceres sentada nas árvores anãs do
jardim do sétimo andar direito, e um desejo de vidro sinto-o
apaixonado pela janela que o homem de xisto e a mulher de socalco,
deixaram embalsamada como as casas em ruínas da minha alegre vida,
As paredes de gesso, fendilhadas raízes sobre a
terra queimada, o azul regressou hoje a casa, na boca trazia a dor de
mais um dia passado em branco, junto a uma parede de cimento, vestido
de preto, com um lindo chapéu de abas largas, o azul entranha-se-lhe
no púbis como o mar quando sobe as escadas do abismo e desaparece
entre telhas de vidro e chapas de miniatura com mistura de chocolate
e amêndoa, e
Nunca vi uma mulher sentada sobre o mar, mas não
invalida que não exista uma, uma apenas, porque também nunca tive o
prazer de olhar um protão e ele existe
Vive nas recordações que a terra engole todas as
quintas-feiras ao meio-dia, e como barco que era, fazia-se ao mar,
tapava os ouvidos para não ouvir os lamentos da vizinha, porque
Umas vezes era o sal, outras, outras a salsa,
outras, insignificâncias com as palavras que ele escrevia,
“Porque o que ela quer é peso”, o
insignificante Alberto a preencher-me os ouvidos, e eu respondia-lhe
És parvo pá, ela é doida, só isso, nada mais do que isso,
E escrevia, escrevia as parvoíces do dia como se
fossem histórias de encantar, e de encantar, de encantar apenas os
sons do relógio da torre da Igreja, vou sonhando, vou, dentro das
águas milenares que da fonte da inocência brotam, deixei de
procurar-te, tal como deixei de me importar com o sal que a água
transporta, e às escondidas, e
Vou
E sem saber que a vizinha que eu pensava existir
apenas no espelho do guarda-fato, porque era naquele lugar que eu a
encontrava todos os dias, hoje
Bateu-me à porta,
E hoje descobri que vou...
(ficção não revisto)
Francisco Luís Fontinha
quarta-feira, 6 de março de 2013
Do sabão em barra de antigamente
Pedi a todos os sons que se calassem e,
cessou-se-lhe a respiração, vi, como se fossem uma nuvem de fogo,
dois olhos a separarem-se de uma cabeça com caracóis loiros, dos
lábios, um fino aroma a morango sobressaía e emergia do pequeno
cadáver que Deus (como é costume dizer-se) tinha chamado até si,
Perguntava-me
Porquê ela?
Responderam-me que era a vontade de Deus, e eu, eu
que nunca contrariei a vontade dele, mesmo discordando das suas leis,
às vezes, egoístas, aceitei
E
Porquê ela?
Perguntava-me,
E porque não eu? Sim, podíamos trocar de posição,
e em vez de ela adormecer eternamente no leito de lençóis bordados
com flores e corações, poderia muito bem ser eu, eu no lugar dela,
eu enroscado nos pedaços de cartão que arrebanhei do caixote do
lixo, que todas as noites dorme na esquina da rua,
Porque eu, dizia ele, não faço falta,
E eu, não concordo, porque todos fazemos falta,
mesmo os cadáveres indefesos, sem família, sem nada, mesmo esses,
alguém sentirá a sua falta, e por isso proponho
A Associação dos Cadáveres Abandonados, com sede
numa rua perdida dentro da cidade também ela perdida, uma cidade
completa, com árvores e pássaros e barcos, e homens e mulheres
Que dormem embrulhados em pedaços de cartão,
(Pedi a todos os sons que se calassem e,
cessou-se-lhe a respiração, vi, como se fossem uma nuvem de fogo,
dois olhos a separarem-se de uma cabeça com caracóis loiros, dos
lábios, um fino aroma a morango sobressaía e emergia do pequeno
cadáver que Deus (como é costume dizer-se) tinha chamado até si),
E homens e mulheres, tristes e sós, vivos e
obrigados a transportar um esqueleto desclassificado e não
catalogado, alguns até, já perderam metade dos ossos, outros,
outros tiverem e sentiram a necessidade de os venderem, e há sempre
um oportunista à procura de pechinchas
Porque eu, dizia ele, não faço falta,
E eu, não concordo, porque todos fazemos falta,
mesmo os cadáveres indefesos, sem família, sem nada, mesmo esses,
alguém sentirá a sua falta, e por isso proponho, proponho-me a
vestir-me de estátua e ficar eternamente num dos jardins a
fotografar à distância o rio, também ele, um cadáver, triste como
eu, alegre como ela,
A Associação dos Cadáveres Abandonados associa-se
às pechinchas & pechinchas do senhor Manel Zé, cigano
respeitado e honesto, criador de cavalos e comerciante na área dos
fios de cobre, e quando tem algum tempo, dedica-se a fabricar ouros
em casa, e diz que são como os originais, mas depois de os
acariciarmos, notam-se-lhes os ossos, um esqueleto esquelético como
os suspiros de amor que a mulher dele, a dona Maria dos Anéis
transporta nas axilas, e lá fora chora-se a partida da querida
Margarida com os seus loiros caracóis e que por dificuldades da
própria vida decidiu ir para longe, muito longe, até que ninguém
se lembre dela,
E homens e mulheres, tristes e sós, vivos e
obrigados a transportar um esqueleto desclassificado e não
catalogado..., como os cortinado pesadíssimos, negros, que encerram
as janelas da paixão, escondem as flores verdadeiras, enquanto as
outras, de papel, fingem orgasmos nas asas das abelhas entre margens
de um rio doente, pestilento, ofegante, ouviam-se-lhes as garras a
atingirem as mandíbulas dos triciclos de aço, mabecos em fúria num
País desorganizado e amedrontado, e diziam-me que no capim viviam
sonhos
Rebolava-me sobre ele, escavava cavernas e inventava
guerras com soldados de borracha, e juro
Nunca vi e senti, um sonho, portanto
Mentiram-me,
Mentiram-me como me mentiram quando me disseram que
foi Deus que a escolheu, quando hoje sei, tenho a certeza, que ele,
ele não tem paciências nem forças nem vontade
De se meter nessas coisas,
Mesquinhices de mulheres do soalheiro, escadas sem
patamar semeadas por velhas, que esperam, esperam pela chegada do
campanário, da chama iluminada de palavras, e depois de um crucifixo
enferrujado atravessar durante a noite o rio dos Desgostos, elas,
coitadas, ainda acreditam no poder
Do sabão em barra de antigamente,
E claro que ele não se mete nessas coisas, ele não
é de mexericos, do disse que não disse, e certamente terá muito
mais em que pensar, olha por exemplo
Como irá ele resolver o problema das infiltrações
que estão a afectar severamente o sótão, e alguns dos livros já
se encontram misturados numa penumbra húmida com listras verdes e
amarelas e negras, outros deles, intactos, e até parece que nada lhe
acontece, saúde de ferro como o bisavô António, sentado na eira a
enrolar cigarros só com uma mão e a contar-me histórias da
Primeira guerra Mundial, coitado, coitados deles, dos vivos, dos
mortos e dos que cá chegaram transportando um esquelético esqueleto
onde já se notava a falta de alguns ossos, talvez os tenham trocado
por comida, ou
Perdidos pelos campos imensos e desconhecidos,
Eles regressaram, ele regressou,
E encontrou uma junta de bois mais esquelética do
que ele e do que alguns dos seus camaradas, como é cruel a vida, e
os chamamentos com as inexplicáveis cartas de chamada, hoje
Senhor Francisco?
Sim, sou eu,
Acaba de ser contemplado com uma viagem para o
Além...
E Pergunto-me
Porquê, Porquê eu?
(ficção não revisto)
Francisco Luís Fontinha
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