terça-feira, 13 de março de 2012
Cacimbo desgovernado
Confuso
Porque o silêncio se acorrenta às gaivotas da noite
E dentro da solidão
Uma criança
Inventa sombras na água do mar
Uma criança
Finge que esqueceu a ilha do Mussulo
A baía
Finge que os machimbombos eram pássaros
Suspensos nas mangueiras do quintal
Finge…
Finge que Luanda se abraçou ao cacimbo desgovernado
E derreteu-se antes de acordar o dia
Confuso
E dentro da solidão
Um espelho confuso
Inventa sombras nas mãos da criança
Quando a noite se evapora nos limos embalsamados do desejo
Finge que Luanda se abraçou ao cacimbo desgovernado
Uma criança
(Uma criança
Finge que esqueceu a ilha do Mussulo
A baía
Finge que os machimbombos eram pássaros
Suspensos nas mangueiras do quintal
Finge…)
Antes de acordarem as palmeiras dos teus olhos.
Porque o silêncio se acorrenta às gaivotas da noite
E dentro da solidão
Uma criança
Inventa sombras na água do mar
Uma criança
Finge que esqueceu a ilha do Mussulo
A baía
Finge que os machimbombos eram pássaros
Suspensos nas mangueiras do quintal
Finge…
Finge que Luanda se abraçou ao cacimbo desgovernado
E derreteu-se antes de acordar o dia
Confuso
E dentro da solidão
Um espelho confuso
Inventa sombras nas mãos da criança
Quando a noite se evapora nos limos embalsamados do desejo
Finge que Luanda se abraçou ao cacimbo desgovernado
Uma criança
(Uma criança
Finge que esqueceu a ilha do Mussulo
A baía
Finge que os machimbombos eram pássaros
Suspensos nas mangueiras do quintal
Finge…)
Antes de acordarem as palmeiras dos teus olhos.
segunda-feira, 12 de março de 2012
domingo, 11 de março de 2012
Dias de mim Sem fim
Dias de mim
Sem fim
Tristezas que me olham das paredes cinzentas da manhã
Dias de mim
Sem fim
Quando tudo à minha volta morre
Cinzas que sobejaram dos papéis cansados
Nas palavras sem nexo
Das palavras abstratas da noite
Dias de mim
Sem mim
(Dias assim
Sem fim
À porta da noite)
Quando tudo morre
E as sombras são pessoas
E as mãos das pessoas
Árvores que tombam no silêncio das palavras
(Dias assim
Sem fim
À porta da noite)
Tristezas que me olham das paredes cinzentas da manhã.
Sem fim
Tristezas que me olham das paredes cinzentas da manhã
Dias de mim
Sem fim
Quando tudo à minha volta morre
Cinzas que sobejaram dos papéis cansados
Nas palavras sem nexo
Das palavras abstratas da noite
Dias de mim
Sem mim
(Dias assim
Sem fim
À porta da noite)
Quando tudo morre
E as sombras são pessoas
E as mãos das pessoas
Árvores que tombam no silêncio das palavras
(Dias assim
Sem fim
À porta da noite)
Tristezas que me olham das paredes cinzentas da manhã.
sábado, 10 de março de 2012
A minha vida é uma tela
Uma tela sem nome sem cor sem pernas
Uma tela sem braços
Sem amor
A minha vida é uma tela
Dentro de um cubo de vidro
E sem janelas
E sem portas
Uma tela sem nome sem cor sem pernas
Quando acorda a madrugada
A minha vida é uma tela
Sem nome sem cor sem pernas
Desgovernada
Uma tela sem braços
Sem beijos
Sem nada…
Quando acorda a madrugada
Uma tela sem braços
Sem amor
A minha vida é uma tela
Dentro de um cubo de vidro
E sem janelas
E sem portas
Uma tela sem nome sem cor sem pernas
Quando acorda a madrugada
A minha vida é uma tela
Sem nome sem cor sem pernas
Desgovernada
Uma tela sem braços
Sem beijos
Sem nada…
Quando acorda a madrugada
sexta-feira, 9 de março de 2012
Cansaço das palavras
Há nas palavras cansaço
Pétalas de vogais esvoaçam e caiem no chão
Há nas palavras sílabas em abraço
No rosto de uma mão,
Há nas palavras cansaço
Tristeza quando cai a noite sobre o mar
Palavras infelizes no sargaço
Que passeiam no jardim sonâmbulo de amar,
Há nas palavras cansaço
Dentro de um livro que arde na fogueira
Palavras em soluços nas palavras cansaço
Das palavras que se extinguem na lareira.
Pétalas de vogais esvoaçam e caiem no chão
Há nas palavras sílabas em abraço
No rosto de uma mão,
Há nas palavras cansaço
Tristeza quando cai a noite sobre o mar
Palavras infelizes no sargaço
Que passeiam no jardim sonâmbulo de amar,
Há nas palavras cansaço
Dentro de um livro que arde na fogueira
Palavras em soluços nas palavras cansaço
Das palavras que se extinguem na lareira.
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