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terça-feira, 13 de março de 2012

Cacimbo desgovernado

Confuso
Porque o silêncio se acorrenta às gaivotas da noite
E dentro da solidão
Uma criança
Inventa sombras na água do mar

Uma criança
Finge que esqueceu a ilha do Mussulo
A baía
Finge que os machimbombos eram pássaros
Suspensos nas mangueiras do quintal
Finge…

Finge que Luanda se abraçou ao cacimbo desgovernado
E derreteu-se antes de acordar o dia

Confuso
E dentro da solidão
Um espelho confuso
Inventa sombras nas mãos da criança
Quando a noite se evapora nos limos embalsamados do desejo
Finge que Luanda se abraçou ao cacimbo desgovernado

Uma criança

(Uma criança
Finge que esqueceu a ilha do Mussulo
A baía
Finge que os machimbombos eram pássaros
Suspensos nas mangueiras do quintal
Finge…)

Antes de acordarem as palmeiras dos teus olhos.