Sinto
os lençóis do teu rosto
Na
Cárcere dos meus tímidos lábios
Sinto
o infinito solitário
Descendo
a rua
De
cigarro em punho
Uma
espingarda para a morte
Morrer
A
morte só faz sentido quando o corpo desiste da paixão
E
o amor deita-se sobre os rochedos da insónia
Sinto
os teus braços no meu cabelo
Sinto
a tua mão cegando a minha barba
(pareço
um bandido)
Pareço
um sem-abrigo abrigado nos teus beijos
Um
homem desiludido… desiludido do luar
E
das nuvens de algodão
Negoceio
em gado
Sou
agricultor diplomado
Aprumado
Nas
letras nos números e nos traços
Roça-se
no seu corpo
Acredita
na morte
E
tem medo da guerra
A
carta não regressa
Um
par de cornos
E
uma foice… a seara do cansaço
Dorme
E
sente
Como
eu
Sinto
Na
Cárcere dos meus tímidos lábios
Sinto
o infinito solitário
Um
homem corpulento
Bom
amante
Falante
Suicidando-se…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sábado,
12 de Dezembro de 2015