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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

 

Apaguei as redes sociais, e não estou arrependido.

Cansei-me de saber se o meu vizinho gosta de gatos, se tem um automóvel de duas ou de quatro portas, ou pior,

Se a gaja (A) ou se a gaja (B) têm maminhas novas ou

se a parvalhona do 3º Esq. vai ao ginásio pela manhã

coisas fúteis,

Pior,

 

lá fora mário
longe da memória lisboa ressona esquecendo
quem perdeu o barco das duas ou se aquele que caminha
será atropelado ao amanhecer ou se o soldado
que falhou o degrau do eléctrico para a ajuda fode
ou ajuda ou não ajuda e se lisboa num vão de escadas
é isto
tão triste mário sobre o tejo um apito (Al Berto).

segunda-feira, 4 de março de 2024

domingo, 12 de dezembro de 2021

Um dia

 

Um dia

Regressará o sono,

A luz,

E todos seremos apenas imagens,

Poeira,

E pequenos nadas.

 

Um dia

As palavras serão sombras,

E das imagens que eramos,

Seremos novamente, nadas;

Pequenas migalhas de pão,

 

Pedras,

Calçadas de espuma,

Em guerra na cidade,

Um dia seremos apenas chuva,

E pedacinhos de lágrima.

 

Um dia seremos nadas,

Ou outra coisa semelhante,

Um dia seremos geada,

Luz…

Ou fogueira ardente.

 

Um dia seremos nadas,

No outro dia,

Gente.

Um dia seremos pó,

No outro dia, dor, corpo ausente.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 12/12/2021

sábado, 16 de novembro de 2013

e correntes em aço

foto de: A&M ART and Photos

coisas impossíveis que me fazes sentir quando te toco
beijos doirados em lábios despedidos da imensidão do silêncio
não sei quem sou e de onde venho
não percebo onde habito e porque tenho em mim abraços
e correntes em aço
coisas impossíveis...
coisas sem nexo que os olhos absorvem das pálpebras quebradas à dor
e o meu corpo sente
e o meu corpo morre,,,
às palavras cansadas da vida de viver...
sinto-te embrionária nos colchões da insónia
e percebo que és de porcelana amanhecer...


(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha . Alijó
Sábado, 16 de Novembro de 2013

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ínfima nuvem que sonha e corre e sonha

foto de: A&M ART and Photos

Qualquer coisa estranha
na flor que brinca em tua mão de porcelana
qualquer coisa vã
ínfima
que esconde o teu olhar,

Qualquer coisa geometricamente sombra nos teus lábios
estranha
castanha
que de nuvem em nuvem
caminha e sonha e sonha e caminha,

E morre estranhamente como um pássaro de asas em papel
qualquer coisa estranha na tua mão branca
silenciosamente só
tristemente sentada numa cadeira sem coração...
que vive em ti e de ti se alimenta.


(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 21 de Agosto de 2013