domingo, 12 de maio de 2024
sexta-feira, 10 de maio de 2024
quinta-feira, 2 de maio de 2024
Dor
Cada vez me desespero mais.
O cansaço de viver, o dia
em agonia
Desistir?
O dia parte-se em mil
pedaços
São estilhaços do tamanho
de um grão de areia
São tão ínfimos, são tão
tristes
Estes pedacinhos de
areia.
Apetece-me chorar.
Tenho vergonha, de
chorar.
Escondo as lágrimas num
saco de lona, que mais tarde, embrulhará o meu corpo
E este
Lançado ao mar.
Cada vez me sinto mais
triste, mais fraco… mais só
As flores, hoje,
chamam-se de dor
O sol é uma lágrima
E a lua
Uma maré de estrelas.
quarta-feira, 1 de maio de 2024
Não preciso de nada.
Não preciso de nada e
sinto a falta de tudo.
Tenho tudo do pouco que
tenho
digamos que nada tenho
nem a vida me pertence.
Não tenho nada
e tenho tudo.
Não tenho amor
não tenho pão
Nem a noite eu consigo
ter.
Tenho tudo e não tenho o
sono
não tenho a noite e tenho a
insónia
e tudo me falta;
obrigado, mas não preciso de nada.
terça-feira, 30 de abril de 2024
princesa
Princesa, seu cabelo mais loiro do que a seara
seus olhos, princesa, mais estrelas do que o céu
princesa menina, princesa criança
mais bela e mais linda
do que a manhã de Primavera.
sexta-feira, 26 de abril de 2024
domingo, 21 de abril de 2024
sexta-feira, 19 de abril de 2024
Viagem
Uma viagem sem destino,
uma viagem sem fim, que nunca será viagem
Viajará este corpo
desengonçado pelas lajes invisíveis da tarde
Serpentear a janela,
juntar dois decilitros de leite e meia colher de veneno, depois, agitar
Beber descansadamente
enquanto o poema arde no interior de um cigarro
Uma viagem sem regresso,
regressar para quê…
Se partimos do ponto (A) porque
temos sempre de regressar ao ponto (A) e não a um outro qualquer ponto
Talvez um (B`)
Ou um (C)
Sem destino, esta viagem,
sem final à vista
A não ser um caixão de
cartolina
Para guardar os berlindes
E da janela vê-se o
comboio que logo
Logo
Estará no meu peito
E o meu corpo transforma-se
em locomotiva
Pincelada de açafrão e
mirra e deus queira que mais logo
O comboio não venha apinhado
de cadáveres de insónia
Eu, o comandante desta
locomotiva louca, de cabelos ao vento e cuspindo línguas de sangue, da
tuberculose da noite anterior
Eu, o viajante sem
destino, sem regresso… ao apeadeiro da noite
Estará ele morto
Quando ainda conseguiu
abrir os braços
E do trigésimo quinto
andar
Vou em direcção à
felicidade;
Coitado dele, dizem que
não sofrerá mais.
quinta-feira, 18 de abril de 2024
Arte ou não Arte
Olho-te e odeio-te.
Os meus dedos têm medo do
papel, os meus dedos escondem-se do carvão, e depois,
Monstros acordam na tela.
Olho-te,
E odeio-te.
(Francisco – 18/04/2024)
quarta-feira, 17 de abril de 2024
quinta-feira, 4 de abril de 2024
Egoísmo
Tenho sido egoísta
Quando tudo parece cair sobre mim
Não penso
Que sobre ti cai o que caiu sobre mim e
muito mais do que isso
Tenho sido egoísta
Quão egoísta eu tenho sido
Pensando que apenas eu sou envolto de
sofrimento…
E quanto sofrimento o teu que não
consigo imaginar;
Se eu pudesse, abraçava-te, só abraçar…
E dizer-te que não vou deixar-te cair!
(Francisco)
quarta-feira, 3 de abril de 2024
Acreditar
Acredito,
Por vós,
Acredito que um novo dia vai acordar,
Acredito que os teus lindos olhos
voltarão a sorrir,
Acredito que o teu cabelo, novamente vai
caminhar sobre o mar,
Por vós, acredito,
Voltar a sonhar.
(Francisco)
terça-feira, 2 de abril de 2024
sexta-feira, 29 de março de 2024
quinta-feira, 28 de março de 2024
Devaneios
Porque vens aqui?
Sim, tu.
Tu que de hora a hora visitas este
espaço
Estes meus devaneios
Estas minhas palavras que não fazem
sentido
Que são apenas palavras de um louco
Dizem…
Perdido numa qualquer cidade
Sim.
Tu.
Porque me visitas e porque te escondes?
Porque me lês e porque me odeias?
Sim.
Tu.
Que vens aqui fazer?
Me ler…!
(Francisco)
domingo, 10 de março de 2024
quinta-feira, 7 de março de 2024
Mar
O elefante
dentro da panela
ferve
em azedume lume
brando
nas
lágrimas fatiadas do silêncio
do
outro lado da rua um peixe apanha sol na
frigideira
e
ambos
são
árvores em delírio.
São
pássaros vaginais
nas
mãos da Primavera
à
noite um pente com trinta e dois dentes
geme
de saudade de quando o teu cabelo voava sobre o loiro trigo
da
manhã.
Hoje
sobre a cabeça
restam-lhe
apenas alguns fios de nylon e uma janela com fotografia para o mar. Sem cor.
Negra.
(orgasmo
literário)