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quinta-feira, 2 de maio de 2024

mulher

 


Dor

Cada vez me desespero mais.

O cansaço de viver, o dia em agonia

Desistir?

O dia parte-se em mil pedaços

São estilhaços do tamanho de um grão de areia

São tão ínfimos, são tão tristes

Estes pedacinhos de areia.

 

Apetece-me chorar.

Tenho vergonha, de chorar.

Escondo as lágrimas num saco de lona, que mais tarde, embrulhará o meu corpo

E este

Lançado ao mar.

 

Cada vez me sinto mais triste, mais fraco… mais só

As flores, hoje, chamam-se de dor

O sol é uma lágrima

E a lua

Uma maré de estrelas.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Não preciso de nada.

Não preciso de nada e sinto a falta de tudo.

Tenho tudo do pouco que tenho

digamos que nada tenho

nem a vida me pertence.

 

Não tenho nada

e tenho tudo.

Não tenho amor

não tenho pão

Nem a noite eu consigo ter.

Tenho tudo e não tenho o sono

não tenho a noite e tenho a insónia

e tudo me falta; obrigado, mas não preciso de nada.

terça-feira, 30 de abril de 2024

princesa

Princesa, seu cabelo mais loiro do que a seara

seus olhos, princesa, mais estrelas do que o céu

princesa menina, princesa criança

mais bela e mais linda

do que a manhã de Primavera.


sexta-feira, 19 de abril de 2024

Viagem

 

Uma viagem sem destino, uma viagem sem fim, que nunca será viagem

Viajará este corpo desengonçado pelas lajes invisíveis da tarde

Serpentear a janela, juntar dois decilitros de leite e meia colher de veneno, depois, agitar

Beber descansadamente enquanto o poema arde no interior de um cigarro

Uma viagem sem regresso, regressar para quê…

Se partimos do ponto (A) porque temos sempre de regressar ao ponto (A) e não a um outro qualquer ponto

Talvez um (B`)

Ou um (C)

 

Sem destino, esta viagem, sem final à vista

A não ser um caixão de cartolina

Para guardar os berlindes

E da janela vê-se o comboio que logo

Logo

Estará no meu peito

E o meu corpo transforma-se em locomotiva

Pincelada de açafrão e mirra e deus queira que mais logo

O comboio não venha apinhado de cadáveres de insónia

 

Eu, o comandante desta locomotiva louca, de cabelos ao vento e cuspindo línguas de sangue, da tuberculose da noite anterior

Eu, o viajante sem destino, sem regresso… ao apeadeiro da noite

Estará ele morto

Quando ainda conseguiu abrir os braços

E do trigésimo quinto andar

Vou em direcção à felicidade;

Coitado dele, dizem que não sofrerá mais.


quinta-feira, 18 de abril de 2024

Arte ou não Arte

 

Olho-te e odeio-te.

Os meus dedos têm medo do papel, os meus dedos escondem-se do carvão, e depois,

Monstros acordam na tela.

Olho-te,

E odeio-te.

 

(Francisco – 18/04/2024)


quarta-feira, 17 de abril de 2024


 Hoje peguei novamente no lápis, não o fazia há longos meses…

Algo estranho se passa entre o cérebro e as mãos…

 

(Francisco – 17/04/2024)

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Egoísmo



Tenho sido egoísta

Quando tudo parece cair sobre mim

Não penso

Que sobre ti cai o que caiu sobre mim e muito mais do que isso

Tenho sido egoísta

Quão egoísta eu tenho sido

Pensando que apenas eu sou envolto de sofrimento…

E quanto sofrimento o teu que não consigo imaginar;

 

Se eu pudesse, abraçava-te, só abraçar…

E dizer-te que não vou deixar-te cair!

 

(Francisco)

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Acreditar



Acredito,

Por vós,

Acredito que um novo dia vai acordar,

Acredito que os teus lindos olhos voltarão a sorrir,

Acredito que o teu cabelo, novamente vai caminhar sobre o mar,

Por vós, acredito,

Voltar a sonhar.

 

(Francisco)

sexta-feira, 29 de março de 2024

quinta-feira, 28 de março de 2024

Devaneios

Porque vens aqui?

Sim, tu.

Tu que de hora a hora visitas este espaço

Estes meus devaneios

Estas minhas palavras que não fazem sentido

Que são apenas palavras de um louco

Dizem…

Perdido numa qualquer cidade

 

Sim.

Tu.

Porque me visitas e porque te escondes?

 

Porque me lês e porque me odeias?

 

Sim.

Tu.

Que vens aqui fazer?

Me ler…!

 

(Francisco)

quinta-feira, 7 de março de 2024

Mar

 


O elefante dentro da panela

ferve em azedume lume

brando

nas lágrimas fatiadas do silêncio

do outro lado da rua  um peixe apanha sol na frigideira

e ambos

são árvores em delírio.

 

São pássaros vaginais

nas mãos da Primavera

à noite um pente com trinta e dois dentes

geme de saudade de quando o teu cabelo voava sobre o loiro trigo

da manhã.

Hoje sobre a cabeça

restam-lhe apenas alguns fios de nylon e uma janela com fotografia para o mar. Sem cor. Negra.

 

 

(orgasmo literário)