Sinto-me prisioneiro
das correntes de luz que embrulham o teu olhar,
sou um casebre
perdido na montanha, uma árvore, um cigarro que arde...
e... e que nunca se
apaga,
sinto-me a noite no
precipício da saudade,
esperando o regresso
das mãos poesia,
sinto-me um
esqueleto desventrado, uma sanzala iluminada pelas pálpebras da
madrugada,
acariciando o meu
rosto de página amarrotada,
e... e que nunca se
apaga,
o teu sorriso, o teu
corpo voando sobre o meu peito,
sinto-me...,
sinto-me uma jangada, a maré contra os rochedos,
o poço da morte
onde habitam néons com silêncios medos,
e... e que nunca se
apaga,
Sinto-me prisioneiro
das correntes de luz...
quando a tarde se
extingue nas tuas coxas,
… o teu olhar,
magoa, incendeia a
minha solidão,
sinto-me... sinto-me
um desamado, um corpo suspenso na varanda do luar,
na rua, na rua
adormecem chapéus de palha e canaviais,
e eu, e eu aqui...
aqui... aqui dentro deste casebre perdido na montanha,
havia um beijo à
janela do farol, e o petroleiro do amor...comeu-o,
hoje só os lábios
de titânio resistiram à dor,
… o sofrimento,
o sofrimento de
desejar,
desejar sem ser
desejado.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Domingo, 3 de Agosto
de 2014
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