segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O transeunte


Saber amar-te… é não perceber a razão de existir,
É mais fácil resolver uma equação diferencial… do que saber amar-te,
Escrever-te sabendo que nada lês do que escrevo,
Porque não tens tempo, porque pertences ao grupo que me apelida de louco…
Um coitadinho, um coitadinho que se julga poeta,
Pois eu não sou poeta, pois eu não sou escritor,
Pois eu… ai como eu gostava de saber amar-te…
Eu não sou artista, não sou nada,
Sou um que vagueia nas ruas inventadas por um louco igual a mim,
Julgava que era porta,
Dizia-se escritor, artista…
E… e morreu num banco de jardim,

Como eu vou morrer,

Saber amar-te sabendo que o amor é um círculo de luz,
Um espelho sombreado quando desce a noite sobre os teus seios,
Saber amar-te eu gostava, esforço-me… mas… mas a vida é uma vaidade,
E o amar… e o amar pertence ao amava,
Esforço-me, esforço-me como se eu fosse um rio abraçado ao mar,
Enrolados, todos nós, eu o rio e o mar… enrolados ao teu sorriso,
E no entanto,
Não sei amar-te,
Nem por palavras,
Nem por desenhos…
E eu, e eu que não sou poeta,
Nem artista… como vou morrer,

Morrendo… sem o saber; amar-te!



Francisco Luís Fontinha – Alijó
Segunda-feira, 4 de Agosto de 2014

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