Mostrar mensagens com a etiqueta destaque. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta destaque. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

Um palco e cinco milhões

 


Quanto à construção do palco para as JMJ, apenas lamento que sejam os contribuintes a pagar.

Ao que parece, a organização solicitou que o referido palco tivesse a capacidade para 2.000 pessoas.

Sendo Portugal um estado laico, e pertencendo o evento à igreja Católica, deveria ser esta a pagar.

Não tenho religião nem tenho nada contra as religiões. Cada um é livre de acreditar no que quer e bem entende.

Mas quando nos dizem que não há dinheiro para a educação, para a saúde, justiça… é uma afronta gastar-se quase 5.000.000€.

Depois vêm com o discurso que servirá para outros eventos; talvez como servem os estádios de futebol construídos para o Euro e que estão fechados e sem manutenção, e alguns deles, elefantes brancos para as autarquias onde foram edificados.

O País não tem dinheiro para umas coisas, mas para outras, o dinheiro sempre aparece…

Precise um banco de dinheiro!

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Insaciados beijos

 Entre quatro paredes

Dorme esta infinita luz

Debaixo deste embriagado tecto

Oiço todas as palavras

Oiço todos os insaciados beijos

 

Converso com as poeirentas fotografias

E não percebo o que pensam estes livros

O que pensam eles de mim

O que são eles para mim

Talvez amor

 

Talvez paixão

E questiono estes pobres livros

Quando saem à noite

Porque está esta infinita luz

Aprisionada entre quatro paredes

 

E melhor seria

Ser eu o prisioneiro

Não a infinita luz

Não estes pobres livros

Em lenta morte rumo ao mar

 

Quatro paredes

Um tecto

O louco brinca

O louco dorme

Entre quatro paredes e um tecto embriagado

 

 

 

 

Alijó, 14/11/2022

Francisco Luís Fontinha

domingo, 8 de abril de 2018

Na morte


A morte.

Suspensa nas arcadas da solidão,

Composta por partículas invisíveis, cansada das madrugadas sangrentas,

Sem sorte,

O corpo que baloiça na forca da noite embriagada,

Sobre o coração,

Uma espada,

Jangadas de sabão que inocentemente alimentas.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 8 de Abril de 2018

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A última ceia


Nesta cidade me suicido

Com a lâmina de barbear

Que sobejou da última ceia…

As árvores acompanham-me até ao túmulo

Onde dormirei até ao amanhecer,

Depois, depois serei levado por uma jangada de solidão,

Levo na algibeira as amarras,

A pequena bagagem, o indispensável,

Alguns livros,

Papel, caneta… e pincéis,

Nesta cidade me suicido

Como um cão raivoso,

Revoltado com as notícias do jornal,

Vende-se,

Compra-se oiro,

Aluga-se apartamento junto ao mar…

E do meu corpo nem conseguem falar,

Apenas que o silêncio deixou de habitar as minhas tristes mãos de porcelana,

O cansaço,

O cansaço de escrever sem perceber onde nasci,

O que faço aqui? O que faço nesta cidade pintada a preto-e-branco,

Os muros dormem enquanto desenho um sorriso na terra queimada pelo vento,

Sinto o azoto do amor descer a calçada e alicerçar-se no rio,

Sinto a alvorada a comer-me…

Nesta cidade onde me suicido,

Com a lâmina de barbear…

Da última ceia… o perigo de acordar antes do sono,

O ultimato lançado pelo desejo para que eu seja depositado num aterro sanitário…

Não, não me agrada a ideia de ser comido por coisas simples

Que alguém deitou fora…

E morre o poema sem que o poeta se levante do chão ensanguentado pelos beijos da madrugada,

O papel arde,

A caneta sonolenta, tomba no pavimento encharcado de sémen…

Apagam-se todas as luzes,

Apagam-se todos os silêncios…

E apenas eu, só, nesta cidade enraivecida pelo cacimbo.

 

 

Francisco Luís Fontinha

16/02/17

sábado, 18 de junho de 2016

palavras da morte


invento no teu corpo os silêncios da noite

que absorvem os meus lábios argamassados pelo vento,

tenho na garganta as palavras da morte

que esquecem o tempo…

no momento da sorte.

 

Francisco Luís Fontinha

sábado, 18 de Junho de 2016

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Poema de Francisco Luís Fontinha em destaque – Sapo Angola – Blogue Cachimbo de Água.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Poema em destaque – Blogue Cachimbo de Água – Sapo Angola.
Francisco Luís Fontinha – Alijó.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

terça-feira, 1 de outubro de 2013