Entre quatro paredes
Dorme esta infinita luz
Debaixo deste embriagado
tecto
Oiço todas as palavras
Oiço todos os insaciados beijos
Converso com as
poeirentas fotografias
E não percebo o que
pensam estes livros
O que pensam eles de mim
O que são eles para mim
Talvez amor
Talvez paixão
E questiono estes pobres
livros
Quando saem à noite
Porque está esta infinita
luz
Aprisionada entre quatro
paredes
E melhor seria
Ser eu o prisioneiro
Não a infinita luz
Não estes pobres livros
Em lenta morte rumo ao
mar
Quatro paredes
Um tecto
O louco brinca
O louco dorme
Entre quatro paredes e um
tecto embriagado
Alijó, 14/11/2022
Francisco Luís Fontinha
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