segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Insaciados beijos

 Entre quatro paredes

Dorme esta infinita luz

Debaixo deste embriagado tecto

Oiço todas as palavras

Oiço todos os insaciados beijos

 

Converso com as poeirentas fotografias

E não percebo o que pensam estes livros

O que pensam eles de mim

O que são eles para mim

Talvez amor

 

Talvez paixão

E questiono estes pobres livros

Quando saem à noite

Porque está esta infinita luz

Aprisionada entre quatro paredes

 

E melhor seria

Ser eu o prisioneiro

Não a infinita luz

Não estes pobres livros

Em lenta morte rumo ao mar

 

Quatro paredes

Um tecto

O louco brinca

O louco dorme

Entre quatro paredes e um tecto embriagado

 

 

 

 

Alijó, 14/11/2022

Francisco Luís Fontinha

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