Se
eu soubesse que os teus olhos eram de chocolate, comia-os, como comia as mangas
na minha infância,
Se
eu soubesse que o teu cabelo era o mar da minha infância, acariciava-o, como
acariciava as estrelas na madrugada,
Se
eu soubesse, meu amor, que os teus lábios fossem de amêndoa, beijava-os, como
beijava a tempestade na minha infância…
Mas
nada sei, se és comestível, desenhável ou papel pergaminho onde escrever este
poema…
Se
eu soubesse que a tua boca fosse o pôr-do-sol de Luanda, levava-a comigo para
as montanhas do sono…
Ficava
por lá, adormecia nos teus braços… e comia-os, como comia na minha infância
todos os sonhos da noite.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
17/02/2019