sexta-feira, 18 de março de 2016

Barcos em silêncio


Uma janela de sombra

Suspensa no parapeito da saudade

O equinócio sonho

Atormentado

Espera os meus braços de granito

Um grito

E fujo

Salto a janela de sombra

Corro calçada abaixo

Até tocar o rio salgado pela inocência da noite

E sou apedrejado

Pelos barcos em silêncio…

 

Francisco Luís Fontinha

sexta-feira, 18 de Março de 2016

quarta-feira, 16 de março de 2016

Gaivotas assassinas


As gaivotas assassinas

Que atormentam os teus/meus sonhos,

O silêncio da pedra onde descanso

E sinto a sombra do sofrimento

Antes de acordar a noite,

O túnel da amargura suspensa na água transparente do desejo,

Desapareces entre as nuvens de algodão que alimentam o dia… e neste momento… mortas, feridas, e indesejadas pelos pássaros da avenida nocturna da paixão,

As complexas muralhas do sono nos cortinados das tristes madrugadas…

O beijo da aranha

Que habita o circo da minha infância,

E…

As gaivotas assassinas…

Nos meus/teus sonhos,

Vivo em ti e de ti, semáforo da tristeza

Sem perceber que a vida é uma jangada de pequenos sorrisos

E místicos poemas sem destinatário…

A vida só,

Só…

Como são todas as gaivotas assassinas…

 

Francisco Luís Fontinha

quarta-feira, 16 de Março de 2016