São simples, os nossos fins-de-semana,
São tão simples, meu amor…
Deixamo-nos ir ao som da
lareira,
Os teus olhos, abraçam os
meus olhos,
Os meus lábios, escrevem,
os meus lábios escrevem nos teus lábios,
E do luar do teu sorriso,
Recebo o silêncio do meu
desejo.
São simples, os nossos
fins-de-semana,
Tão simples como os
poemas que te escrevo…
E vou começar a deixá-los
sobre a almofada,
Tão simples, são os nossos
fins-de-semana,
Deixamo-nos ir ao som da
lareira,
E só regressamos de
madrugada,
E regressamos um só
corpo; o meu corpo e o teu corpo são apenas um corpo.
Depois, muda a hora e a
puta da noite vem mais cedo,
Não fosse isso, meu amor,
não fosse isso e os nossos fins-de-semana eram tão simples…
E tão lindos,
Nos braços destas flores
em pequenas lâminas de luz que da lareira brotam…
E são tão simples, meu
amor, são tão simples.
Depois, mais logo,
leio-te “Flor de Fumo” de Nadia Anjuman…
E aí sim, temos a
perfeita simplicidade da vida,
De ser feliz,
De abraçar os teus lábios
na madrugada,
E perceber que sou apenas
uma palavra que fugiu de um qualquer poema…
De uma qualquer sebenta
de um adolescente apaixonado…
São simples, os nossos
fins-de-semana,
São tão simples, meu amor…
Deixamo-nos ir ao som da
lareira,
E esquecemo-nos que
estamos abraçados ao beijo.
29/10/2023