Oiço a voz do silêncio
Que me traz a madrugada
Disfarçada de noite
Em noite ensonada
De nada
Amanhã um beijo nos teus
lábios
Depois
Oiço a voz do meu relógio
Que me diz
Que me grita;
Amanhã são horas de
sonhar.
Oiço a voz do silêncio
Dos teus lábios em
palavras que recebo
Permitindo-me afoitar esta
lareira
Nos intervalos de minha infame-glória
Viver acorrentado às primeiras
lágrimas da manhã…
E dormir nos teus braços.
Azáfama das tuas mãos no
meu rosto dorido
Às vezes triste
Às vezes sofrido
Quando oiço pela manhã
Quando recebo a noite…
A voz do silêncio,
Oiço a voz do silêncio
Que me traz a madrugada
Disfarçada de noite
Em noite ensonada
De nada,
Esta velha jangada
Em pedra lapidada
Durante a noite
Quando os nossos corpos
se fundem
E formam a mais ínfima partícula
do desejo
Da voz do silêncio
No silêncio de viver.
28/10/2023
Sem comentários:
Enviar um comentário