Recolher
a âncora e zarpar até ao infinito
Enrolar
os cordéis do sono na alvorada
Velas
ao alto… mar adentro.
A
noite insemina-se nas mãos do marinheiro de pano
Descem
as estrelas até aos rochedos da dor
Como
espadas afiadas no peito do mordomo…
E
sua ama
A
dona do Palácio de papelão…
Expressa
a ordem de condenação
Do
triste sem-abrigo
A
morte atormenta-o
E
entranha-se-lhe nos ossos
O
cansaço diurno dos espelhos cinzentos
Nas
paredes de vidro
Que
o palácio absorve antes de adormecer.
Amanhã
este barco estará morto
Fundeado
na tua mão como uma pedra de arremesso…
Velas
ao alto… mar adentro.
Francisco
Luís Fontinha
terça-feira,
7 de Junho de 2016