Francisco Luís Fontinha - Agosto/2015
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
domingo, 23 de agosto de 2015
Os muros invisíveis da alma
Inventaram
este suicídio para me acorrentarem aos muros invisíveis da alma,
Trouxe
da vida as palavras e a noite,
Trouxe
da noite
A
luz incandescente dos corpos suspensos na alvorada,
Não
tenho medo da solidão,
Nem
medo de sofrer,
Não
tenho medo da fogueira madrugada…
Brincando
na minha mão,
Acaricio-te
o rosto envenenado pela dor,
Inventaram-me
este suicídio para me roubarem o sono
E
as montras iluminadas da cidade,
Caminho
abraçado ao vento…
Caminho
procurando as montanhas sonolentas da paixão
Que
só tu sabes onde se escondem,
Que
só tu sabes o seu nome,
Inventaram-me
este suicídio para me acorrentarem aos muros invisíveis da alma,
Vestiram-me
de mendigo,
Venderam-me
na “Feira da Ladra”…
E
hoje pareço o luar alimentado pela tristeza,
E
hoje pareço um amontoado de ossos envergonhados
Esperando
o varredor nocturno do silêncio,
Esta
cadeira onde te sentavas…
Parece
um rochedo recheado de lágrimas,
Uma
praia encalhada nas tardes de papel celofane
Onde
apenas tu brincavas,
E
da noite…
Trouxe
também o embriagado olhar com que me olhavas.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Domingo,
23 de Agosto de 2015
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