Percebo que a noite é escura
Quando cada milímetro quadrado
da tua pele
Se despede das minhas
mãos,
Percebo que a noite é
escura
Quando a minha voz se
perde na velocidade da luz
E se abraçam,
E se beijam,
O som… e a luz,
Percebo que a noite é
escura
Quando dos teus lábios
fogem os iões da saudade,
Quando um beijo se ergue
na margem esquerda das tuas coxas…
Quando um pedaço de noite
é apenas um pedaço de noite,
Percebo que a noite é
escura
Quando semeio as minhas
palavras sobre o teu peito,
E nele, desenho as
imagens do desejo,
Percebo que a noite é
escura
Quando este poema poisar
sobre o teu cabelo,
Quando a cidade dorme,
Percebo que a noite é
escura
Quando as janelas do teu
olhar se abrem…
E as equações do sono,
São pequeninos silêncios
Na lua… também ela, tal
como a noite, escura.
Alijó, 05/10/2022
Francisco Luís Fontinha