As
árvores deste jardim cansado,
Onde
adormece o silêncio das palavras assassinadas por mim,
Há
um luar desiludido,
Que
grita às planícies do alecrim,
O
poema desejado,
Entre
versos e ossos embalsamados,
Vem
a esta casa, o miúdo perdido,
Das
montanhas húmidas,
A
voz que alicerça a fome,
A
rua que limita o olhar,
Sem
nome,
Sem
mar,
As
árvores distintas dos pássaros, o medo de dormir,
Numa
cama de pétalas encarnadas,
Nas
veias, o orgasmo do cobalto,
A
madeira envernizada,
Porque
as lágrimas,
No
rosto se perdem,
E
fogem para o triste adormecer,
O
vulcão quase a vomitar palavras de nada,
Sempre
em alerta, sempre abandonada,
A
casa,
O
ódio madrugada da vida,
Entre
correr,
Entre
morrer,
Simples,
assim,
Simples,
simples, nada esquecer.
O
mendigo que corre na calçada,
Desejado
por uns, amaldiçoado pela namorada,
Escreve-me,
Oiço-o,
Na
alvorada.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
26/01/2020