Olhaste os vinhedos
da saudade,
percebeste que
dentro deles, eu, eu deambulava como um sorriso de vento,
chamaste aos meus
olhos, olhos de desgovernar,
e às minhas
pálpebras, e às minhas pálpebras apelidaste-as de cansaços do
mar,
não tinha mãos
para te acariciar,
não tinha braços...
não tinha braços para te abraçar...
nem cores para te
pintar,
olhaste os vinhedos
da saudade, e percebeste que eu era um rio sem nome,
Uma cidade sem
coração,
uma tempestade,
Olhaste os vinhedos
da saudade,
escreveste na
ardósia da tarde os versos de amar,
percebeste que
dentro deles, eu, eu habitava como uma flor carnívora,
que te absorvia
entre os horários nocturnos do desejo,
sem lábios para te
beijar...
uma cidade sem
coração,
uma tempestade,
um homem vivendo no
corrimão com vontade de caminhar...
Uma cidade sem
coração,
uma tempestade,
olhaste os vinhedos
da saudade,
e percebeste que o
amor são socalcos olhando um rio,
o mesmo rio sem
nome,
que um dia decidiste
que eu seria até morrer...
um rio encurvado
entre os seios das montanhas madrugadas,
um rio..., um rio
apressado no corpo de uma enxada.
Francisco Luís
Fontinha – Alijó
Sábado, 2 de Agosto
de 2014
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