domingo, 18 de dezembro de 2016

As amarras do sono


O som melódico da noite

Misturado nas imagens a preto e branco do sono

O poema alicerça-se no teu olhar

E ancora-se aos braços da paixão

A sorte absorve-me como os rochedos absorvem o teu sorriso

Deitado na solidão

Há delícias do mar voando no teu cabelo…

E as marés da insónia

Poisam vagarosamente no teu peito

Vendi o sono a um transeunte infinito

Que se passeava junto ao cais da despedida…

E penso na morte

Meu amor

E penso na partida

Meu amor…

 

 

Francisco Luís Fontinha

18/12/16

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Nos desejos de uma calçada



Os desejos da morte quando acordava
A visibilidade da madrugada,
Os silêncios da sorte, os medos da alvorada
Nos espelhos cansados da manhã sonhada,
E ele chorava,
E ele não sabia
Que um dia,
Cessavam as lágrimas sobre a calçada.


Francisco Luís Fontinha
15/12/16

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Um dia



Um dia vou regressar
Aos teus braços,
Minha terra prometida!
Um dia vou cortar estes laços
Que me aprisionam à maré esquecida…
Sem tocar no mar,
Sem tocar nos teus lábios entre abraços
E multidões em fúria,
Um dia,
Um dia vou regressar
Para nunca mais voltar,
Sentir a lamúria
Dos espelhos prateados,
Um dia,
Um dia vou libertar todos os corpos cansados…
Aos teus braços)
Nos teus abraços)
E não vou chorar,
E não vou brincar…
No teu triste olhar.


Francisco Luís Fontinha
14/12/16