Fontinha - Novembro/2015
domingo, 8 de novembro de 2015
o fogo da vaidade
estou
aqui sem estar
estou
aqui acreditando que não estou
dentro
do fogo da vaidade
o
secreto adeus
quando
ao silêncio se junta a solidão
estou
aqui não estando
nem
sentado
nem
dormindo
ou
sonhando
estou
por estar
estando
não
penso
detesto
pensar
nos
finais de tarde
junto
ao mar
sorrir
não
o sei
nunca
me ensinaram a sorrir
sentindo
que
estou aqui nesta convulsão estúpida de estar
não
estando
querer
voar
e
nunca ter aprendido a voar
nunca
me ensinaram a voar
nem
amando
amar
sem
o saber
não
estando
aqui
sentado
sonhando
sonhando
te ver
sem
o saber
estar
estando
sofrendo
sem estar sabendo
que
vivo no fogo da vaidade
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
domingo,
8 de Novembro de 2015
um abraço
não
sei quem és
porque
me desejas
o
que queres
aspiras
inspiras
deste
meu corpo desajeitado
desassossegado
triste
abandonado
não
sei quem és meu amor
não
sei se és uma árvore
uma
flor
não
sei quem és
meu
amor
quando
o dia se alicerça nos teus lábios
os
beijos
a
boca semeada na seara distante
o
infinito
longínquo
distante
de
mim
de
ti
meu
amor
senti
sem
ti
o
infinito
desgosto
da
madrugada ente soníferas equações
e
seios desnudos
camuflados
na espelunca cânfora manhã indivisa
o
sono
a
brisa
em
ti
e
de mim
um
abraço…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Domingo,
8 de Novembro de 2015
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