quinta-feira, 22 de agosto de 2024
São de silêncio as pétalas do teu corpo,
meu amor.
Olho-te semi-nua,
escrevo na tua pele, e desenho nos teus lábios,
O acordar do dia.
Lá fora, o sol já é poesia. Lá fora, um
fino sorriso de sons e melodias,
Erguem-se a cada suspiro teu. Sento-me
na beira da cama, e olho-te como se tu fosses o meu último desejo, antes de
morrer.
Nunca mais tive insónias.
Quero agradecer aos leitores deste
blogue a visita assídua (em média 100 visitantes diários); para um blogue parvo
como este, não está nada mal.
Este blogue começou em Novembro de 2011 e o caminho não tem sido nada fácil.
Aos poucos fui mudando o meu estilo de
vida e respectivos hábitos.
Sempre li muito, mas após fazer 58 anos,
leio como se fosse a minha última leitura.
Deixei de sair à noite e faço-o esporadicamente;
não tenho mais prazer.
Apaguei os blogues que tinha no sapo,
apaguei todas as redes sociais, porque apenas descobri que já não me dão prazer
e confesso, são uma parvoíce.
Deixei de ir ao café, fartei-me de ver
sempre as mesmas pessoas e das conversas parvas de algumas.
Por último,
Obrigado a todos os visitantes deste
espaço.
Luís Fontinha, o poeta
A serpente enrola-se no
pescoço da manhã, e sem o saber, deita-se sobre a sombra, puxa de um cigarro,
ilumina a fragilidade do sono,
E emerge no rio a
tempestade de estar vivo; ele, precisa de morrer, e não sabe como o fazer.
A morte desejada será o sossego
quando o seu corpo for apenas pó,
Cinza esquecida sobre a
mesa, lâminas de insónia, capazes de atropelar qualquer objecto deposto na
algibeira de um pedaço de terra,
Sinto-me cansado de amar
e cansado do silêncio que lança para o mar,
Coisas; objectos.
Pedras.
Espadas que se espetam no
peito da aurora boreal, e dele, jorra um líquido místico de penumbra e de
vento. Todas as janelas desta casa estão prisioneiras de um momento, ou de um
pequeno nada
Sem sentido, sem estrada.
Todos, somos pequenos
objecto, sem sentido, sem vida.
Sem estrada.
quarta-feira, 21 de agosto de 2024
A Primavera dos teus olhos
Hoje, encontramo-nos nos
teus olhos
Se os teus olhos virem os
meus olhos,
E se os meus olhos virem
os teus olhos
Os meus olhos
dir-lhes-ão; Amo-te.
Hoje, hoje será Primavera
nos teus olhos
E também nos meus olhos
pode ser Primavera,
Se a Primavera dos teus
olhos deixarem que os meus olhos recebam dos teus olhos,
A Primavera dos teus
olhos.
no teu acordar meu amor
Uma onda de mar abraça a áurea madrugada
do teu corpo, há um pequeno sorriso silêncio na espuma deste quarto, os teus
seios poisam na areia lençol do desejo, tanta beleza, meu deus…
A tua pele parece a fina azagaia de uma
estrela, sou tentado a tocar-lhe, penso, e não o faço para não te acordar.
Hesito. Vou trabalhar. Não vou
trabalhar. Fico aqui, só, só a olhar-te, nada mais, como se eu fosse um fotão de
luz à procura de alegria, e tu, uma janela para o mar.
Pareces um anjo brincando na maresia!
Desenho um beijo no teu ombro, e vou. Vou
deixando-te submersa sobre os filhos da noite.