Escrevo no teu peito o
postulado da equação de Deus, na revolta dos teus seios em direcção ao exército
da insónia, recordo a primeira equação da equação de Deus, e como poderei
esquecer, se a escrevi no teu seio esquerdo, e como poderei me esquecer da integral
do desejo, depois de elevar a raiz cúbica da paixão, à decima quinta potência
de Zeus, perceber que pouco ou nada restou, a não ser, que tudo, mas tudo
mesmo, é apenas a unidade.
O uno.
O uno divisível, que
mesmo dividido em milhões de pedacinhos, será sempre o uno, o homem, o filho de
Deus.
Escrevo no teu peito e de
alguma coisa me vou esquecer.
Esqueci o teu nome,
quando o escrevi milhares de vezes no folheto do meu coração, esqueci os teus
olhos, o teu cabelo, sem cabelo, do vento, ao vento, entre mim e as primeiras
lágrimas da manhã
Depois, traçamos uma
recta de (A) até (B), e da equação dessa recta multiplicamos a integral solucionada
na tarde passada,
Pifou, o gajo.
Escrevo no teu peito,
SOCORRO, como se estivesse a ser perseguido pela revolta das enxadas do nosso
querido Douro,
Oiço-os, sinto-os, lá
longe, muito longe
Todos aqueles que
morreram no Douro.
Escrevo no teu peito o
postulado da equação de Deus, percebo que é complexa, percebo que este meu
pobre computador nunca conseguirá encontrar uma solução, a não ser…
Voar sobre o mar.
E morrer no mar.
Escrevo no teu peito a
sinceridade da noite, que aos poucos se entranha nos ossos, como lâminas de
geada, como saliva misturada com aparas de madeira, o lápis sobre a mesa, a
folha movimenta-se, eu escrevo no teu peito, o lápis esconde-se na minha mão, e
tu,
Dormes sobre mim.
Escrevo no teu peito a maré
que regressa, do Deus que se afasta, e me persegue enquanto não lhe resolver a
equação,
Pifou, o gajo.
Voar sobre o mar.
E morrer no mar.
Escrevo no teu peito o
postulado da equação de Deus, na revolta dos teus seios em direcção ao exército
da insónia, recordo a primeira equação da equação de Deus, e como poderei
esquecer, se a escrevi no teu seio esquerdo, e como poderei me esquecer da integral
do desejo, depois de elevar a raiz cúbica da paixão, à decima quinta potência
de Zeus, perceber que pouco ou nada restou, a não ser, que tudo, mas tudo
mesmo, é apenas uma sombra abraçada à unidade; somos apenas Zeros e Uns. Somos
código binário.
17/09/2023
(Ficção)