sábado, 21 de julho de 2012

Lívida a morte das palavras

Lívida a morte das palavras
do amor prometido
no amor proibido
a paixão lenta em decomposição
o corpo putrefacto nos olhos azuis da manhã
que voa em direcção ao mar,

o amor morre
e nas lívidas palavras prometidas
cresce a planície da solidão
onde vivem pássaros sem coração
e homens sem cabeça
que procuram as luzes das manhãs azuis,

lívida a paixão
do lívido amor
que me esquece no centro da cidade
e há no amor proibido
a paixão lenta em decomposição
e há
do meu amor
as palavras lívidas,

palavras
sem cabeça
sem nome
lívida a morte
do amor prometido
e há
e há paixões de merda
e amores sem cabeça
das palavras lívidas
e há
e há amores de merda
do amor proibido.

quarta-feira, 11 de julho de 2012


Por razões de ordem pessoal vou deixar de escrever e de publicar o que possa vir a escrever no meu caderno preto; poderá ser breve ou eternamente. Tudo irá depender do estado do mar nos próximos meses...

Obrigado

Em destaque

terça-feira, 10 de julho de 2012

Beijos de areia

Dou
dou amor
e recebo beijos de areia
e recebo abraços de ingratidão
dou
e escrevo palavras parvas
que ninguém gosta
ninguém lê

(morre o tinteiro de tinta permanente, substituo-o, mudo de linha,
parêntesis ao amor,
travão nas palavras de merda que eu escrevo
e que ninguém lê
ninguém gosta)

ao mar que ofereço amor
e recebo beijos de areia
sem sabor

dou
dou
dou pergaminhos com perfume a incenso

(e que se foda todo o amor
e todos os sorrisos de ingratidão
e todos os beijos de areia)

a finíssima areia do Mussulo

dou
dou
dou palavras parvas
que ninguém lê
ninguém gosta

na finíssima areia do Mussulo.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Do tamanho do mundo

Do tamanho do mundo
um beijo
um abraço,

um barco em movimento,

do tamanho do mundo
um rio sem alimento
ao vento
o beijo
em desejo
no encanto.

domingo, 8 de julho de 2012

A câmara escura do medo

Deixar fluir o silêncio
dentro da câmara escura do medo
cerrar as janelas com os cortinados de solidão
e das paredes pendurados corações
sonâmbulos os homens
quando vão para a guerra do amor
moribundas palavras de cansaço
das tardes tuas mãos em cetim
comboios de esperma
as tuas simples palavras de ausência
debaixo do mar
as sandálias de infinitos perfumes de rosa purpura

deixar de acreditar no velho mar
e fluir o silêncio
das palavras em delírio desejo

o medo das sombras
tuas mãos em cetim semeiam na aurora crepuscular
o medo
das paredes prensadas em papel e cartão e carne teu peito
das amoras com açúcar e leite
das paredes prensadas
os cones de cinza com o sabor a incenso
onde ninguém te conhece
ou deseja
ou espera antes de terminar o dia
numa cama de pensão
no sótão da insónia

(deixar de acreditar no velho mar
e fluir o silêncio
das palavras em delírio desejo).