Nunca soube o significado da palavra MAR
nunca vi o mar
e o amor
com dor
ao acordar
e o amor com dor
embrulhado nos lençóis da maré
amar
amar sem fé
amar amar
o mar
quando nos olhos de uma flor
com dor
quando nos olhos de uma flor
o amor
amar
o amor finge adormecer
eternamente
com dor
eternamente ausente
nas pálpebras do amante
sofredor
escrever
o amor
e o mar
o amor com dor
amar
a dor
sem mar
eternamente ausente
não sente
o amor sem mar
amar sem dor
o amor...
o amor sofredor.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Oiço-te e não consigo ver-te
Procuro-te nas almofadas da noite
entre os lençóis do mar
oiço-te embrulhada nas ondas
a brincares com as minhas palavras...
oiço-te e não consigo ver-te
e não consigo tocar-te
porque o mar em revolta
à minha volta
roubou-me o sonho
e cerrou as janelas do meu pôr-do-sol
e até a lua deixou de brilhar
e as palavras com que brincas
aos poucos desaparecem antes de acordar a madrugada
tal como eu
um louco
suspenso entre as sandálias
e os calções de infância
um louco
tal como eu
que não consegue tocar-te
que não acredita no céu
um louco
tal como eu
às voltas com o caderno da solidão
onde escrevo
onde semeio as minhas lágrimas
e escondo
um louco
tal como eu
e escondo o meu coração
de titânio
de xisto
de argamassa
um coração estupidamente só
um coração
ao abandono
sem dono
sem destino
desde menino
sentado num banco de jardim
à tua espera
(oiço-te e não consigo ver-te
e não consigo tocar-te
porque o mar em revolta
à minha volta)
sem dono
sem destino
eu um louco
que não consegue tocar-te
sentado num banco de jardim
o meu coração
a escrever versos no caderno da solidão
assim
eu tão só
tão pouco
um louco
assim
assim entre os lençóis do mar
e as noites de inferno
onde te oiço
a vasculhar o meu caderno da solidão
onde escrevo
e semeio
os guindastes da vida...
entre os lençóis do mar
oiço-te embrulhada nas ondas
a brincares com as minhas palavras...
oiço-te e não consigo ver-te
e não consigo tocar-te
porque o mar em revolta
à minha volta
roubou-me o sonho
e cerrou as janelas do meu pôr-do-sol
e até a lua deixou de brilhar
e as palavras com que brincas
aos poucos desaparecem antes de acordar a madrugada
tal como eu
um louco
suspenso entre as sandálias
e os calções de infância
um louco
tal como eu
que não consegue tocar-te
que não acredita no céu
um louco
tal como eu
às voltas com o caderno da solidão
onde escrevo
onde semeio as minhas lágrimas
e escondo
um louco
tal como eu
e escondo o meu coração
de titânio
de xisto
de argamassa
um coração estupidamente só
um coração
ao abandono
sem dono
sem destino
desde menino
sentado num banco de jardim
à tua espera
(oiço-te e não consigo ver-te
e não consigo tocar-te
porque o mar em revolta
à minha volta)
sem dono
sem destino
eu um louco
que não consegue tocar-te
sentado num banco de jardim
o meu coração
a escrever versos no caderno da solidão
assim
eu tão só
tão pouco
um louco
assim
assim entre os lençóis do mar
e as noites de inferno
onde te oiço
a vasculhar o meu caderno da solidão
onde escrevo
e semeio
os guindastes da vida...
domingo, 22 de abril de 2012
Parabéns aos que tiveram a coragem de colocar no edifício da Caixa Geral de Depósitos de Alijó a tarja com a inscrição:
"Para os Berardos jogarem na bolsa: Milhões. Para a gatunice do BPN: Milhares de milhões. Para a Adega de Alijó: Morte lenta... É este o nosso banco???"
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=2435583
As mãos
As mãos
em desejo
os lábios à procura do beijo
quando a boca
nas mãos
quando a boca
se alimenta da madrugada
tão louca
ou quase nada
as mãos
em desejo
coisa pouca
à procura do beijo
as mãos
em desejo
entre lábios sem jeito
e uma boca amargurada
se alimenta da madrugada
em desejo
ou quase nada
coisa pouca
a boca
as mãos em desejo
à procura da cidade
na boca
o beijo
coisa pouca
sem maldade
entre lábios sem jeito
as mãos
as mãos entrelaçadas no leito
as mãos sem vaidade
na boca
na boca louca
o beijo
em desejo
na cidade
na cidade mergulhada na madrugada
coitada
coisa pouca
a boca
em desejo
as mãos
sem nada
sem nada descendo a calçada
coitada da boca
louca
amargurada...
em desejo
os lábios à procura do beijo
quando a boca
nas mãos
quando a boca
se alimenta da madrugada
tão louca
ou quase nada
as mãos
em desejo
coisa pouca
à procura do beijo
as mãos
em desejo
entre lábios sem jeito
e uma boca amargurada
se alimenta da madrugada
em desejo
ou quase nada
coisa pouca
a boca
as mãos em desejo
à procura da cidade
na boca
o beijo
coisa pouca
sem maldade
entre lábios sem jeito
as mãos
as mãos entrelaçadas no leito
as mãos sem vaidade
na boca
na boca louca
o beijo
em desejo
na cidade
na cidade mergulhada na madrugada
coitada
coisa pouca
a boca
em desejo
as mãos
sem nada
sem nada descendo a calçada
coitada da boca
louca
amargurada...
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