Esta
triste esfera metálica
Que
habita o meu corpo de água
Não
se cansa de viver
E
gritar com as minhas palavras
Não
se cansa de escrever
Com
as suas perplexas garras
Que
a alicerçam ao mar
E
a suicidam contra os rochedos
A
arder
E
todos os medos
Descendo
a calçada a correr…
Esta
triste esfera
Metálica
Ao
pequeno-almoço
Quando
todas as janelas da minha casa dormem
(O
banho matinal
O
café e as torradas sobre o telhado)
Esta
esfera
Metálica
No
meu corpo deitado
Ou
as alegrias da madrugada
Nas
tristezas do luar
Ou
a vanguarda manhã
Nas
vozes de amar
Sem
eu o saber
Sem
eu o perceber
Esta
esfera
Pequena
Triste
E
que nunca espera
Nem
desiste
De
habitar no meu corpo… de água.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira,
27 de Outubro de 2015