sábado, 11 de fevereiro de 2012
Cabeça de xisto
A mulher flutua
Nas mãos do impostor
E o homem com cabeça de xisto
Traz na algibeira meia dúzia de côdeas
Três os quatro grãos de tristeza
E uma lanterna
A mulher nua
Nas mãos do impostor
Percorre as ruas da cidade
E a cada milímetro de cansaço
O homem com cabeça de xisto
Puxa dos cigarros
E na parede da solidão cola as frases emersas em fumo
E saliva do mar
Desce a noite
E abraça-se ao corpo nu da mulher
E da lanterna
Pingos de seiva caiem sobre a mesa da cozinha
Onde brinca uma toalha de linho
E pratos de flanela suspiram orgasmos literários…
A mulher flutua
Nas mãos do impostor
E o homem com cabeça de xisto
Morre.
Nas mãos do impostor
E o homem com cabeça de xisto
Traz na algibeira meia dúzia de côdeas
Três os quatro grãos de tristeza
E uma lanterna
A mulher nua
Nas mãos do impostor
Percorre as ruas da cidade
E a cada milímetro de cansaço
O homem com cabeça de xisto
Puxa dos cigarros
E na parede da solidão cola as frases emersas em fumo
E saliva do mar
Desce a noite
E abraça-se ao corpo nu da mulher
E da lanterna
Pingos de seiva caiem sobre a mesa da cozinha
Onde brinca uma toalha de linho
E pratos de flanela suspiram orgasmos literários…
A mulher flutua
Nas mãos do impostor
E o homem com cabeça de xisto
Morre.
Entre paredes de vidro
Entre o silêncio e a morte
De viver sentado numa rocha de xisto
À espera do mar
Sem saber se existo
Entre o silêncio e a morte
Dos cigarros afogados no rio
Entre paredes de vidro
Resisto
E choro
Quando na madrugada se extinguem os sonhos
E uma nuvem de cansaço
Poisa sobre o meu corpo derretido
Magoado
Entre cigarros e palavras de desalento
As paredes de vidro
Os buracos por onde passam as lágrimas
Os fios de sémen agachados na areia finíssima do Mussulo
Sem vento
Cansado
Eu mergulho
À procura dos cigarros afogados no rio
Sem frio
Derretido na palma da mão de deus
Magoado
E choro
Entre paredes de vidro
De viver sentado numa rocha de xisto
À espera do mar
Sem saber se existo
Entre o silêncio e a morte
Dos cigarros afogados no rio
Entre paredes de vidro
Resisto
E choro
Quando na madrugada se extinguem os sonhos
E uma nuvem de cansaço
Poisa sobre o meu corpo derretido
Magoado
Entre cigarros e palavras de desalento
As paredes de vidro
Os buracos por onde passam as lágrimas
Os fios de sémen agachados na areia finíssima do Mussulo
Sem vento
Cansado
Eu mergulho
À procura dos cigarros afogados no rio
Sem frio
Derretido na palma da mão de deus
Magoado
E choro
Entre paredes de vidro
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Conversas de cachimbo
Há um cachimbo que chora
Há silêncio misturado no fumo
Do cachimbo que chora,
Batem à porta
E sei que é o mar para entrar
E o cachimbo que chora
Nas minhas mãos a chorar,
Há um homem só
Que conversa com o cachimbo que chora
Com o mar à espera para entrar
Há silêncio misturado no fumo
Quando as palavras desgovernadas
Rompem noite dentro
Como se fossem um cortinado pendurado na garganta do cachimbo…
Sem janela
Envelhece o homem só,
Há um cachimbo que chora
Há silêncio misturado no fumo
Do cachimbo que chora,
E tal como os sonhos
Como o amor
Há silêncio misturado no fumo
Do cachimbo que chora e tem dor,
Sou o homem só
Que conversa com o cachimbo que chora,
E o mar à minha espera
E a espuma do mar dentro da boca do cachimbo…
Há um homem que chora
Agarrado a um cachimbo só
Há silêncio misturado no fumo
E sei que é o mar para entrar.
Há silêncio misturado no fumo
Do cachimbo que chora,
Batem à porta
E sei que é o mar para entrar
E o cachimbo que chora
Nas minhas mãos a chorar,
Há um homem só
Que conversa com o cachimbo que chora
Com o mar à espera para entrar
Há silêncio misturado no fumo
Quando as palavras desgovernadas
Rompem noite dentro
Como se fossem um cortinado pendurado na garganta do cachimbo…
Sem janela
Envelhece o homem só,
Há um cachimbo que chora
Há silêncio misturado no fumo
Do cachimbo que chora,
E tal como os sonhos
Como o amor
Há silêncio misturado no fumo
Do cachimbo que chora e tem dor,
Sou o homem só
Que conversa com o cachimbo que chora,
E o mar à minha espera
E a espuma do mar dentro da boca do cachimbo…
Há um homem que chora
Agarrado a um cachimbo só
Há silêncio misturado no fumo
E sei que é o mar para entrar.
A solidão dos cigarros
Abraço-me à solidão dos cigarros
E dou-me conta das mangueiras
Poisadas nos meus braços
Cansados
Sem forças para acender a noite
Sem forças para folhear um livro de poemas
(conheço a solidão provocada
Sei que existe a solidão desejada
E cresce em mim a solidão
Nem provocada nem desejada
Cresce em mim a solidão dos cigarros)
Sem forças para folhear um livro de poemas
E dou-me conta das mangueiras
Tombadas no pavimento com cheiro a cacimbo
E sorrisos de criança
Abraço-me à solidão dos cigarros
E dou-me conta das mangueiras
Poisadas nos meus braços
E dou-me conta que não tenho braços
E que os livros de poemas arderam
Na sombra das mangueiras
E jazem na garganta do mar
E dou-me conta das mangueiras
Poisadas nos meus braços
Cansados
Sem forças para acender a noite
Sem forças para folhear um livro de poemas
(conheço a solidão provocada
Sei que existe a solidão desejada
E cresce em mim a solidão
Nem provocada nem desejada
Cresce em mim a solidão dos cigarros)
Sem forças para folhear um livro de poemas
E dou-me conta das mangueiras
Tombadas no pavimento com cheiro a cacimbo
E sorrisos de criança
Abraço-me à solidão dos cigarros
E dou-me conta das mangueiras
Poisadas nos meus braços
E dou-me conta que não tenho braços
E que os livros de poemas arderam
Na sombra das mangueiras
E jazem na garganta do mar
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