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quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

 

Ter fé (acreditar muito) que algo estranho, invisível e externo me vai ajudar na luta para me curar de uma doença muito grave, é igual a ter um automóvel (sem bateria) e eu tentar pô-lo a trabalhar.

É claro que é impossível pôr um automóvel a trabalhar sem bateria (estando este por exemplo dentro da garagem num plano horizontal e imobilizado).

Por muita fé que eu tenha, o automóvel nunca irá trabalhar.

 

 

Francisco

11/01/2023

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

A espingarda do silêncio

 Desta pedra onde me sento

E olhas,

Oiço as tuas lágrimas

Que tão bem sabias misturar com as orações,

E do alto da montanha

 

Me envias as palavras do silêncio.

Pego na espingarda,

Alimento-a de saudade…

E disparo contra a madrugada,

Enquanto nas tuas mãos, o pequeno terço

 

Corre de conta em conta,

De suspiro em suspiro.

Desta pedra onde me sento

E olhas,

Oiço as Ave Marias em pedaços de tristeza,

 

E certamente não estás feliz,

Porque as minhas palavras são as minhas palavras…

E quando disparadas pela espingarda do silêncio,

Todo o teu olhar arde,

E despede-se das telas em cinza.

 

E que feliz éramos quando tínhamos tardes intermináveis,

Quando entre Ave Marias e o Pai Nosso,

Tinhas fé e rezavas por aqueles que amavas;

O teu filho mimado e a tua grande paixão (o meu pai),

E quando precisaste do teu Deus, a pedra onde me sento… ardeu.

 

 

(como ardem todas as pedras onde me sento)

Alijó, 14/10/2022

Francisco Luís Fontinha