Talvez
deste espelho que me observa,
Oiça
as tuas palavras da despedida,
Escreva
nas minhas mãos o sorriso da tempestade…
Talvez
um dia eu seja a saudade,
Talvez
ao outro dia,
Eu
seja apenas um rio sem destino.
Talvez
deste espelho que me observa,
Eu
perceba porque a noite é uma lágrima
Que
se despede do luar,
Talvez
um dia
Eu
seja o triste mar.
Talvez
um dia eu seja o Inverno,
A
geada pela manhã…
E
deste espelho que me observa,
Oiço
as cantigas da paixão,
Que
corre,
Morre,
Talvez
um dia o meu corpo seja apenas poeira,
Um
fantasma travestido de sono,
Talvez
um dia eu seja uma pequena lágrima
No
teu rosto de feiticeira…
Talvez
um dia sejamos o nada
Enquanto
o tudo habita no altar da vaidade,
Talvez
um dia o pobre seja a liberdade
Que
brinca no poema da saudade.
Alijó,
26/09/2022
Francisco
Luís Fontinha
Sem comentários:
Enviar um comentário