Quando o beijo
Se abraça à derivada
Da saudade,
Integra-se o desejo,
Liberta-se a madrugada…
E acorda a verdade.
Depois de integrado,
O desejo voa em direcção
ao mar,
Senta-se no chão molhado,
Senta-se, senta-se para
conversar.
E conversa com o menino,
E brinca com a sombra
desse menino,
Depois, aparece a equação
do silêncio desesperado,
Triste,
Triste e cansado;
Triste, triste como o
sino.
Na igreja deitado,
Entre parêntesis e vossemecês
e excelências…
Menino traquino,
Menino das ciências.
Quando o beijo
Se abraça à derivada
Da saudade,
E da saudade,
Ouvem-se as palavras da
despedida.
São versos, são prosas,
são pedaços sem medida…
São beijos, são
esqueletos de lata,
Que correm, correm,
correm para o mar;
Para o mar que mata.
E esta equação
É tão preguiçosa,
Senta-se junto ao mar,
Lê AL Berto, Pachecadas e
afins…
Afins de matar.
Puxa da espingarda,
Fuma um cigarro
envenenado,
Escreve na ardósia:
abaixo a guarda,
Abaixo o enforcado.
Somos corpos enlatados,
Somos papeis descartáveis
nesta pobre cidade,
Abaixo os enforcados,
Abaixo a maldade.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 22/11/2021
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