terça-feira, 14 de setembro de 2021

Corpo sofrido

 

Danço nos teus lábios de amêndoa adormecida

Enquanto na tua boca de sílaba encantada

Vive a nuvem desesperada

Vive a flor esquecida,

 

Sento-me em ti como se fosses a página poética da madrugada

As palavras dispersas nos lábios da maré,

Sento-me, sento-me sem fé

Da fé amargurada.

 

Escrevo-te na sombra do amanhecer

Palavras que pinto no teu corpo florido,

Escrevo, escrevo viver,

 

Escrevo amar,

Escrevo a canção do corpo sofrido,

Do corpo suspenso no mar.

 

 

 

Francisco Luís Fontinha

Alijó, 14/09/2021

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