Danço nos teus lábios de
amêndoa adormecida
Enquanto na tua boca de
sílaba encantada
Vive a nuvem desesperada
Vive a flor esquecida,
Sento-me em ti como se
fosses a página poética da madrugada
As palavras dispersas nos
lábios da maré,
Sento-me, sento-me sem fé
Da fé amargurada.
Escrevo-te na sombra do amanhecer
Palavras que pinto no teu
corpo florido,
Escrevo, escrevo viver,
Escrevo amar,
Escrevo a canção do corpo
sofrido,
Do corpo suspenso no mar.
Francisco Luís Fontinha
Alijó, 14/09/2021
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