Trazes nos lábios
O silêncio
Onde habitam os peixes da
minha infância,
Das tuas mãos
Oiço
O baloiço
Dos meninos da minha
infância,
E, desenho a saudade
Na sombra sonolenta
Das palavras
Da minha infância.
Capto o sorriso que de ti
Palmilha as montanhas da
minha infância,
Porque ontem
Percebi
Que já brincavas nas
sombras da minha infância.
Oiço-te quando do longínquo
oceano
Regressam as flores da
minha infância,
E, talvez seja a chuva
Que deixei na minha
infância,
Te liberte das palavras
minhas,
Quando escrevia na
laranja
O poema da minha
infância.
Sinto o teu corpo
Nas fotografias da minha
infância,
Um esbranquiçado preto e branco
no silêncio infinito,
Quando dentro da cidade,
A janela da minha infância…
Brincava na montanha.
Sinto os pássaros da
minha infância
Desajeitados como a minha
boca,
Escrevendo beijos
Beijos e coisa pouca.
E, o rio.
O rio da minha infância,
Descendo a sanzala,
Uma cubata aqui,
Palhota acolá,
Mas na minha infância
Já sabia que os teus
lábios
Eram desejos,
Desejos
Todos beijos.
Trazes nos lábios
O silêncio
No olhar as minhas
palavras,
Sinto-o
E, alimento-me de ti,
Sempre que nasce a
madrugada.
Francisco Luís Fontinha,
Alijó/07-08-2021
Sem comentários:
Enviar um comentário