Sabia
que a Primavera terminaria brevemente,
As
flores em papel que brincavam nas tuas mãos,
Cessaram…
Recordo
os teus beijos junto a dois carris invisíveis,
Sabíamos
que tínhamos um Cacilheiro em cada braço,
O
cheiro do teu corpo voando no olhar dos marinheiros sem Pátria,
É
triste o amor, meu amor…
É
triste a tristeza, meu amor,
Como
são tristes todas as palavras embrulhadas na solidão,
Meu
amor…
Desenhei
o teu rosto infinitamente nas lágrimas da noite,
Olhava-te,
E
sentia o odor do teu cabelo nas réstias sombras da tinta embriagada pelo luar,
Morre
a tela onde poisava o teu corpo de seara embarcadiça,
O
Oceano entre quatro paredes,
Uma
porta com fotografia para o rochedo da insónia,
…
Meu amor, o que é a insónia!
Sabia
que todas as luzes do eléctrico fugiram para um qualquer bar de Alcântara,
Os
barcos na minha algibeira,
O
silêncio junto à casa de banho…
E
sentia-me um pedaço de vidro combatendo a morte,
Sabes,
meu amor,
Desenhei
a tua voz no meu peito cravado de palavras,
Nunca
mias vi o mar…
Meu
amor,
O
sexo enlatado nos melódicos sons do vizinho do quarto esquerdo,
Range
a cama,
Sinto
a minha voz escondida no espelho da minha amante,
E
meu amor,
Nunca
mais vi o mar…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira,
4 de Agosto de 2015
Sem comentários:
Enviar um comentário