Deixou
de habitar este corpo a paixão diabólica da alma sem destino,
Deixaram
de escrever as palavras do vento estas mãos esfarrapadas,
Longínquas
do olhar da madrugada,
O
medo alicerça-se ao peito, as facas do silêncio grunham como as serpentes
envenenadas pela noite,
O
tédio quando esqueço a solidão e construo círculos de luz nos teus seios…
O
teu corpo desabitado, encurralado nas cordas de nylon dos Oceanos mendigados,
E
não consigo perceber o amor das flores desenhadas nos teus lábios perfumados,
Como
nunca percebi o desejo em mim do estranho luar…
E
este mar, meu amor,
Crucificado
nas espingardas do coração abandonado,
Semeado
nas searas do cansaço…
É
triste, meu amor…
Deixar
de habitar este corpo a paixão diabólica da alma sem destino,
É
triste, meu amor…
Cair
sobre mim o tecto do sofrimento junto ao Tejo,
E
os Cacilheiros na minha boca… sufocando-me com o relógio enforcado nas pontes
do Cacimbo fugindo do pôr-do-sol…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sábado,
29 de Agosto de 2015
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