(desenho
de Francisco Luís Fontinha)
Perdi-me
na confusão dos dias,
Senti
as facas do destino cravarem-se no meu peito,
Não
gemi, não chorei,
Tudo
senti…
Sem
saber que hoje um pequeno sonífero de paixão
Avassala-me
como seu fosse um tonto,
Um
imbecil sem guarita…
Um
livro morto
Sobre
uma mesa caquéctica,
Oiço-o
como se ele pertencesse aos ausentes esqueletos de sombra
Descendo
os socalcos da madrugada,
Lisboa
mora nos meus braços,
Todos
os dias sou atropelado por um Cacilheiro em sofrimento,
E
sinto-me perdido
Nesta
cidade de montras iluminadas,
Não
tenho palavras para deixar no teu rosto,
Apenas
algumas cartas, apenas alguns cadáveres de rosas roubadas num qualquer jardim
sem cais de embarque,
Pertenço-te,
E
amo-te,
Neste
destino desesperado,
Quando
no meu relógio são horas de me esconder nos teus braços,
Espero-te,
espero-te sabendo que o teu corpo pertence às nuvens,
Espero-te…
espero-te sentindo o peso da saudade nas árvores incendiadas pela solidão,
E
quando regressa a noite,
Deito-me
numa caixa de cartão,
Escrevendo
cartas
Para
um remetente sem rua, sem cidade… sem número de polícia… mas escrevo.
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Domingo,
16 de Agosto de 2015
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