O
cansaço
Das
palavras tuas
Que
vives dentro de mim
Acordas-me
E
manipulas-me
Nas
tuas mãos
Sou
um boneco de sombra
Um
esqueleto envelhecido
Sem
tempo para amar
Amado
O
sofrimento
O
cansaço
Acordas-me
Nas
tuas mãos
Sinto
a alvorada voando em pedaços de cinza
A
alma dos cigarros
Suspensa
no meu peito
A
vida é um espelho sem nome
Um
coração de pedra
Esfomeado
Galgando
as ruas desta cidade
Embriagada
pelo silêncio nocturno
Dos
corpos sobrepostos
Entre
paredes
Os
gemidos da madrugada
Sentidas
Manhãs
em sargaços nevoeiros de espuma
Os
teus lábios
Meu
amor
Sem
sílabas para conversar
Os
teus olhos
Despedidos
pela sonolência da paixão
Amar
Amar
Meu
amor
Sem
saberes
Que
as cancelas da solidão
Apodrecidas
Viajam
Na
morte
E
mesmo assim
Dizes
que amas os candeeiros de prata
Escondidos
nos edifícios anónimos
Dos
pássaros de papel
Da
morte
As
viagens
Entre
rios
Mares
E
marés de insónia
Apaixonadas
lareiras do prazer
Quando
o sémen de chocolate
Invade
os textos não escritos
Secretos
Sem
dedicatória
Meu
amor
(O
cansaço
Das
palavras tuas
Que
vives dentro de mim
Acordas-me
E
manipulas-me
Nas
tuas mãos)
O
autógrafo no teu rosto
Para…
Com
amizade
Abraço
Beijos
Amo-te?
Talvez
sejas um cortinado melódico
Na
boca do poeta
Talvez
sejas uma metáfora
Entroncada
na ferrugem da vertigem
Quando
as articulações cedem…
E
o extinto luar
Se
despede do teu corpo
Ficas
louca sobre a cama do saber
E
nas personagens invisíveis de mim
Sobre
ti
O
cansaço
De
estar vivo
E
olhar-te
Sem
saber
Que
Amanhã
Serei
um pequeno parágrafo esquecido numa folha de papel…
Francisco
Luís Fontinha – Alijó
Sexta-feira,
10 de Abril de 2015
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