quarta-feira, 30 de abril de 2014

cigarros do nada


havia em ti pérolas de naftalina
eu pensava que o mar era só meu
e o egoísmo alimentava-me e fazia com que as minhas asas de amanhecer...
ardessem
como o cigarro que fumo e suspenso na janela com vista para os patamares do Douro
o rio entranhava-se em pedacinhos de dor
sofrimento
e algumas lágrimas invisíveis... poucas... voavam como gaivotas sem nome
descubro o amor numa solitária videira
a paixão numa triste pedra em granito... perdida na rua
à espera do silêncio na esquina sem transeuntes
e oiço as palmeiras com sombras de doirado anoitecer.


Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 30 de Abril de 2014

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