foto de: A&M ART and Photos
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Voo entre as espadas de sombra das
paredes de gesso
oiço do vão de escada os uivos do
lobo cinzento
talvez se sente
talvez... me espere
oiço-lhe na voz os silêncios do medo
os arrufos da solidão
do vão de escada... alcança-se o
sótão das palavras
onde habita uma folha rasgada,
Uma frase suspensa no arame da
paixão...
uma moeda de prata que roda sobre a
mesa-de-cabeceira
voo e não dou conta dos ponteiros do
velho relógio em direcção ao abismo
uma trégua... preciso urgentemente da
trégua do sossego
uma amiga palavra
uma toalha envenenada
encharcada... como o éter embriagado
depois das pétalas caírem sobre o mar
e a gaivota dos teus lábios acordar
das marés esverdeadas,
Voo... entre as espadas... gesso
sinto-o como lâminas de espuma sobre o
meu pescoço à deriva no Oceano do amor
voo e não voo.. vou depois de partir
conhecer os túmulos secretos dos esqueletos em desejo
voo como uma gaivota sem asas
estonteante
doente...
fugindo da doce guilhotina dos dias sem
Primavera
voo e voo até tombar como uma árvore
sobre o jardim das despedidas...
Fingidas
sinto-o como sentia o sal dentro das
minhas veias
cordas de nylon voavam como eu sobre a
cidade dos delírios
despedidas...
porquê?
aceites somos palhaços de palha seca
dormindo no centro da eira com vista para a torre da Igreja
e de fingidas
às... prometidas... prometidas espadas
de sombra das paredes de gesso.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Terça-feira, 31 de Dezembro de 2013
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