foto de: A&M ART and Photos
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A colegial sem nome que esconde os
lábios na madrugada
o livro da colegial dorme como uma
criança cansada
o cansaço inventa sorrisos nas mãos
do desejo
e este
às vezes como um poço sem fundo
também como a colegial
sem nome
voa sobre as praças com candeeiros de
prata,
Os lábios foram-me oferecidos pela
madrugada
e a noite constrói-se nas lágrimas da
chuva
dos orgasmos fingidos
que a colegial também esconde
não na madrugada
não no corredor da morte...
mas... mas esconde-os na alma do Diabo
como pétalas de insecto mergulhadas
nas manhãs de Inverno,
A colegial é transparente
é imóvel
saboreia-se nas candeias que o destino
lhe roubou
ela desconhece que a lareira existe
apenas para a aquecer
despe-se para o espelho...
a colegial sem nome diz que quando for
grande quer ser uma fotografia a preto-e-branco
perplexa
descobre o veneno dos zincos telhados
que acordam a criança cansada...
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 25 de Dezembro de 2013
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