foto de: A&M ART and Photos
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a alegria doirada das gaiolas de
silício
permaneço intacto dentro deste amargo
cubículo
invento amores como a tempestade
desenha ventos nas paredes do silêncio
e espera-me o sacrifício da solidão
entre quatro velhas paredes caquécticas
reumáticas
envelhecidas meninas
como serpentes diabólicas nas
algibeiras da madrugada
sou teu cumplicie
sou teu... amante desembargado dos
tristes alicerces nocturnos em meandros pronomes...
sou um texto sem alma sem coração sem
palavras lindas como teus lábios malignos dos solstícios
envergonhados
sou uma palavra não escrita
sou um buraco negro esquecido no frio
Universo
um buraco de minhoca
um homem sem versos
sou uma paixão envergonhada
alvorada como a alegria doirada das
gaiolas de silício
um cordel voando sobre os telhados do
desejo
um papagaio entranhado nos teus
seios...
a alegria perde-se nas profundezas
ranhuras do púbis em delírio...
sou uma paixão
um livro sem palavras
um homem sem versos
reumáticas
envelhecidas meninas
como serpentes diabólicas nas
algibeiras da madrugada
sou teu cumplicie
não sou nada.
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha – Alijó
Sábado, 30 de Novembro de 2013
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