foto: A&M ART and Photos
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Os desencontros dos navegantes sorrisos
da sua boca o desassossego em preguiça
os meus teus lábios voando sobre as
calçadas do silêncio
entre medos
degredos
teus luxos segredos
quando um cortinado se esbanja à
janela da solidão
e a tempestade avança contra nós e
nos tomba no chão,
Os espelhos dos teus seios como
coloridas manhãs de Primavera
havíamos plantado árvores de brincar
tínhamos bancos de sentar
como inventada madeira
saltitando nervos dos horóscopos
aquários
eu vagabundo
eu imundo... sorrindo cansaços
marasmáticos em saliva amanhecer
e oiço a tua sóbria voz no meu peito
de xisto,
Tinhas na boca a minha boca em papel
cremado
sentia a tua língua em poesia
escrevendo versos no meu pescoço...
pegava-te na mão dilacerada e esperava
pelas tuas doçuras coxas
inventávamos areia sobre os lençóis
de linho
e desciam as estrelas sobre os nossos
corpos em delírio
coisas em coisas como tinta numa tela
encarcerada dentro da prisão dos húmidos desejos
e havíamos esgotado todos os livros e
marés de ninguém
e tínhamos um cubículo de fome só
nosso... como flores esquecidas na jarra sobre a
mesa-de-cabeceira....
(não revisto)
@Francisco Luís Fontinha
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