Livros
de Francisco Luís Fontinha
segunda-feira, 23 de abril de 2018
domingo, 22 de abril de 2018
Palavras ao vento
Flor
queimada.
Quando
a enxada da saudade,
Dócil
quimera da tempestade,
Mergulha
na madrugada,
Perfume
da solidão,
Rasgando
a terra onde se entranha o teu cansaço,
Toco-te
com a minha mão…
E
sacudo a espada do abraço,
Nada
faço,
A
não ser escrevendo palavras ao vento.
Me
sento.
Me
alimento.
Menino
da tua liberdade.
Flor
queimada,
Que
o mar semeia nos tempos de espera,
Quem
me dera…
Nos
soníferos da pomba assassinada.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
22 de Abril de 2018
sábado, 21 de abril de 2018
O fogo
Finalmente
o fogo.
A
vaidade da pobreza quando o homem acorda no teu peito,
As
lágrimas da escuridão são capazes de dilacerar as tempestades de Verão,
O
cansaço disfarçado de mendigo,
Acordar
cedo,
Não
comer,
E
acreditar na saudade.
O
fogo.
Lâminas
de prata nos teus lábios,
Palavras
desastradas no teu olhar…
Quando
o poema se prostitui nas tuas mãos.
Invade-me
a saudade de partir para a montanha,
Levar
comigo os teus livros,
Viver
sentado na sombra do ciúme,
Como
campânulas de sono e drageias de sorriso…
Oiço
o mar.
Os
barcos encalhados nos meus dedos,
Vestidos
de cetim nos seus ombros,
Cacilheiros,
Aldabrões…
E
outros cabrões…
E
mesmo assim,
Ao
nascer do dia,
Sou
confrontado com os teus beijos,
Poeirentos,
Com
cheiro a naftalina,
Vaidosos
segredos,
Nos
muros de xisto do teu coração,
Anima-te
rapaz.
Porque
o fogo,
Esse
animal de estimação,
Um
dia,
Vai
acordar na tua boca.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
21 de Abril de 2018
Subscrever:
Mensagens (Atom)