Sentas-te
no meu colo como dois pilares de areia envenenados pelo silêncio,
Oiço
a tua respiração romper a manhã,
Ainda
o sol não acordou,
Pego
na tua mão,
Desfeita
de aventuras,
E
ternuras,
Que
o tempo levou…
E
perdeu no chão,
A
chave do teu coração,
Sentas-te
na minha sombra, menina do teu olhar,
Desfeito
em lágrimas o amanhecer ausente,
Duas
portas sem saída,
Nesta
cidade perdida…
Perdida
que não sente,
Porque
te sentas,
Em
mim,
Todos
os dias loucos sem madrugada,
Oiço
a tua voz pergaminho,
Perdida
na brancura da razão,
Estou
só, e sou um ninho…
Um
ninho na solidão,
Sentas-te
em mim,
Um
homem construído de mar.
Francisco
Luís Fontinha
Alijó,
1 de Julho de 2017