domingo, 27 de setembro de 2015

A matriz transposta da paixão


Transposta matriz do teu olhar

Nas catacumbas da solidão,

Cresço sobre o teu corpo,

Transporto-me para os teus lábios de Outono inventado por um louco,

E de mim,

O susto coração de ébano…

Sinto as tuas mãos embriagadas,

Sinto os teus braços acorrentados à madrugada,

Sem iluminação,

Sem nada,

A matriz da paixão,

Dorme docemente na ardósia da solidão,

Cansaço este nas avenidas triangulares do sexo,

Que esta cidade engole,

E come,

E cresço, e cresço sobre ti,

Dançando,

Chorando…

Rindo,

Porque não?

O riso da paixão,

O silêncio do amor quando o amor é uma noite sem destino,

O menino,

Ele,

Cinzento como a ferrugem do prazer,

Não o sei,

Se saberei ler,

Ou… ou escrever,

No teu corpo,

Abandonado…



Francisco Luís Fontinha – Alijó

sábado, 26 de Setembro de 2015

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Sombras sem sorriso


Deixei de sonhar com as tuas sombras sem sorriso,

Sufocam-me as tuas palavras amargas…

Sofridas e falsas,

Deixei de olhar o mar

E os barcos embriagados pela sonolência da noite,

Agora pareço um Cacilheiro amarrado às folhas ténues dos Plátanos,

Escrevo-te,

Mas não sonho com as tuas sombras,

Sem sorriso,

Agora,

Ontem…

A alegria de estar só.



Francisco Luís Fontinha – Alijó

Sexta-feira, 25 de Setembro de 2015

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Medo da cidade sem nome


(Fontinha – Setembro/2015)
 
 
As ruas sempre desertas,
As palavras ensonadas,
Na minha mão entre pássaros e sombras cansadas,
O peso do meu esqueleto procurando imagens sem nome,
O livro sobre a secretária com fome…
Quase que me come,
E eu, e eu tenho de me esconder nos teus braços silenciosos,
Como faz o luar quando foge para a montanha da saudade,
Vivo nesta cidade
Confundida com as estrelas e os rochedos da insónia,
Desço as escadas do sonho
E percebo que as ruas são túneis assombrados sem clarabóias para o mar…
 
Francisco Luís Fontinha – Alijó
Quarta-feira, 23 de Setembro de 2015