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segunda-feira, 24 de setembro de 2012
domingo, 23 de setembro de 2012
O poeta doido
Não tenhas medo dos braços que
abraçam o mar
não
não tenhas medo dos lábios que beijam
a saudade
não
não tenhas medo do amor
do amor que vive no teu coração
não tenhas medo da cidade
com as ruas atulhadas de abelhas
saltitando de flor em flor
correndo sem correr
amando amar das mãos em desejo
quando cresce o amor
à tua boca em beijo
(azul a tela do teu corpo cansado de
sofrer
nos meus olhos nascem versos doridos
doidos
varridos
sem eu saber)
não...
não tenhas medo do meu amor
não
não tenhas medo do poeta que pinta as
paredes do teu corpo
sofrendo
sem ti
sofrendo em ti
e por ti
não
não tenhas medo do poeta louco
que às vezes no silêncio escreves o
meu nome
no rio da tua cidade
com flores apaixonadamente
pelos barcos da solidão
dentro dos cacilheiros se escondem as
gaivotas
e os loucos poetas da minha mão
não
não tenhas medo de mim.
(poema não revisto)
sábado, 22 de setembro de 2012
Nas flores do amor
Divago como um louco
nas flores do amor
do amor pouco
às flores com dor,
apaixonadamente
o amor que a lua engole nas noites de
escuridão
divago como um louco
pouco
os suspiros do meu coração
nas ruas abandonadas e sem gente,
até acordar a cidade
abraçada ao rio da despedida,
divago como um louco
nas flores do amor
divago numa rua sem saída
com janelas de claridade,
e o louco
coitado
pouco
abandonado
divago
nas flores do amor
ao mar da saudade
e sinto as luzes dentro dos versos sem
vaidade...
(poema não revisto)
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Carta de amor sem remetente
Não consigo escrever amo-te nos teus
olhos
tenho medo de sussurrar-te ao ouvido a
palavra desejo-te
e timidamente
timidamente escrevo nos meus lábios
a palavra quero-te,
hesito
e construo no silêncio do mar
a carta de amor sem remetente,
hesito
quando a lareira da noite cresce
loucamente
e das tuas mãos oiço o vaguear das
sílabas de amar,
e nas tuas mãos...
eu não consigo escrever a simplicidade
das palavras
e sou covardemente agredido pelas
flores
e não sou capaz
hesito
de escrever nos teus olhos... Amo-te.
(poema não revisto)
A maré dos prazeres
Há uma estrada de sentido único
que se alicerçou no meu quintal e
cresceu e cresceu
cresceu tanto
cresceu até ao céu
e hoje
e hoje vive nos lábios da lua
e ao meio-dia
beija loucamente a estrela polar
há uma estrada de sentido único
com vista para o mar
quando os barcos rompem o salgado
desejo da tua pele
em pedacinhos de amêndoa
(dizes que sou louco)
quando escrevo palavras no teu corpo de
papel
pintado com sorrisos de sol
e pingos de neblina
antes de acordar o dia
quando escrevo as parvoíces na copa
das árvores
e os pássaros das tuas tardes abraçada
às oliveiras traquinas
suspensos nas cabras e nas ovelhas
coitadinhas
(dizes que sou louco)
coitadinhas das minhas palavras
quando o papel da tua pele
arde
transpira
evapora-se no meu sexo em cadências
extintas na maré dos prazeres...
(poema não revisto)
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
O vinho do amor
De um cubo de vidro
habita o desejo vinícola dos teus seios amargurados
suspensos no abismo do sumo tentacular do silêncio
o teu corpo no meu corpo
um só cacho de sabor
que alimenta o vinho do amor
há abelhas que se masturbam sobre as tuas mãos
brincam
um rio e uma criança
e um homem com um chapéu de xisto sentado nas tuas coxas
poisa a enxada invisível sobre a mesa do jantar
enquanto inventas pasteis de nata e queijo de cabra
o homem entra nas tuas coxas com pálpebras de milho
e as torradas do pequeno-almoço
fingem um orgasmo de aveia
brincam
ele e ela e milímetros cúbicos de mosto dentro do cubo de vidro
gosto de ti recheada com as manhãs de chuva
quando as algibeiras das janelas de vidro
mergulham suavemente nos teus lábios
gosto de ti recheada de rosas amarelas e nuvens de prata
a uma só voz
sobressai
sobressai um gemido misto
e nas paredes do cubo de vidro
e nas paredes do cubo de vidro
a tua língua como uma caneta de tinta permanente
percorre o meu corpo de pergaminho
(poema não revisto)
habita o desejo vinícola dos teus seios amargurados
suspensos no abismo do sumo tentacular do silêncio
o teu corpo no meu corpo
um só cacho de sabor
que alimenta o vinho do amor
há abelhas que se masturbam sobre as tuas mãos
brincam
um rio e uma criança
e um homem com um chapéu de xisto sentado nas tuas coxas
poisa a enxada invisível sobre a mesa do jantar
enquanto inventas pasteis de nata e queijo de cabra
o homem entra nas tuas coxas com pálpebras de milho
e as torradas do pequeno-almoço
fingem um orgasmo de aveia
brincam
ele e ela e milímetros cúbicos de mosto dentro do cubo de vidro
gosto de ti recheada com as manhãs de chuva
quando as algibeiras das janelas de vidro
mergulham suavemente nos teus lábios
gosto de ti recheada de rosas amarelas e nuvens de prata
a uma só voz
sobressai
sobressai um gemido misto
e nas paredes do cubo de vidro
e nas paredes do cubo de vidro
a tua língua como uma caneta de tinta permanente
percorre o meu corpo de pergaminho
(poema não revisto)
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Pequenas cintilações de um corpo em delírio
Loucas uvas que o desejo teu corpo absorve
como a esponja do amanhecer que engole os pedacinhos de sol
que a noite
aos poucos
vai vomitando contra as janelas do prazer
cintilam em ti
(dentro de vossemecê menina desejada pelas árvores dos jardins da Babilónia
onde crescem os poemas de Outono)
cintilam em ti os gladíolos teus olhos sobre os lençóis de linho que uma abelha teceu
entre os voos circunflexos imaginados na voz rouca de um louco
que te excita antes de adormeceres
cintilam
cintilam as loucas uvas que o desejo constrói nas tuas coxas suspiros e uivos de Primavera
loucas
as paixões que a fermentação do amor
desenha no teu púbis os silêncios da maré
loucas uvas
como a esponja do amor
que o desejo teu corpo
a noite
na noite
escreve os longínquos orgasmos de papel acetinado...
(poema não revisto)
como a esponja do amanhecer que engole os pedacinhos de sol
que a noite
aos poucos
vai vomitando contra as janelas do prazer
cintilam em ti
(dentro de vossemecê menina desejada pelas árvores dos jardins da Babilónia
onde crescem os poemas de Outono)
cintilam em ti os gladíolos teus olhos sobre os lençóis de linho que uma abelha teceu
entre os voos circunflexos imaginados na voz rouca de um louco
que te excita antes de adormeceres
cintilam
cintilam as loucas uvas que o desejo constrói nas tuas coxas suspiros e uivos de Primavera
loucas
as paixões que a fermentação do amor
desenha no teu púbis os silêncios da maré
loucas uvas
como a esponja do amor
que o desejo teu corpo
a noite
na noite
escreve os longínquos orgasmos de papel acetinado...
(poema não revisto)
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Os cigarros de prata
Uma cortina de silêncio
aprisiona-me às mandíbulas das mãos do inferno
disfarçadas
vestidas de rosas de amor
e neblinas matinais com chapéus de solidão
tenho vergonha das clareiras cristalinas que abraçam os rochedos do mar
e se amanhã fosse sábado...
um petroleiro de saudade abraçava-se ao meu esqueleto liberto de fumos e memórias da infância
de uma velhíssima fotografia eu via os vapores de iodo que comem a madrugada
via as árvores da noite enfeitadas com palavras parvas
e as saliências do meu infestado rosto
como as ervas daninhas das terras do avô Domingos
invisível (o avô Domingos)
inventando cigarros de prata
a poesia recorda-me os pedacinhos de amor em simples migalhas de desejo
e eu
e eu começo a odiar a poesia
e o perfume das rosas
e o desejo
e a saudade
e todas as manhãs
depois de todas as noites.
(poema não revisto)
aprisiona-me às mandíbulas das mãos do inferno
disfarçadas
vestidas de rosas de amor
e neblinas matinais com chapéus de solidão
tenho vergonha das clareiras cristalinas que abraçam os rochedos do mar
e se amanhã fosse sábado...
um petroleiro de saudade abraçava-se ao meu esqueleto liberto de fumos e memórias da infância
de uma velhíssima fotografia eu via os vapores de iodo que comem a madrugada
via as árvores da noite enfeitadas com palavras parvas
e as saliências do meu infestado rosto
como as ervas daninhas das terras do avô Domingos
invisível (o avô Domingos)
inventando cigarros de prata
a poesia recorda-me os pedacinhos de amor em simples migalhas de desejo
e eu
e eu começo a odiar a poesia
e o perfume das rosas
e o desejo
e a saudade
e todas as manhãs
depois de todas as noites.
(poema não revisto)
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