quinta-feira, 29 de junho de 2023

Gosto de pessoas sinceras, que dizem o que sentem,

E sentem o que pensam,

Como o luar…

Que sorri durante a noite…

E se esconde quando acorda o dia.

 

14 horas: só preciso de estar vivo e acordado por mais 30 horas

Apenas 108000 segundos…


 Em cada traço que semeias no papel,

Em cada traço a que dás vida…

E lhe dás um nome,

É um amigo que te visita durante a noite…

E conversa contigo…

Durante a noite.

Em cada traço que semeias durante o dia no papel…

É a voz que te abraça na solidão da noite…

Da solidão da insónia…

Também ela

Completamente só

 

 

 

29/06/2023

quarta-feira, 28 de junho de 2023

Silêncio de amar

 Amo-te…

Amo-te neste emaranhado de Primaveras em flor

Deste triste poema

Sem nome

Deste pobre poema em fome,

 

Amo-te…

Sabendo que apenas sou um conjunto de palavras

Palavras minhas

As nossas palavras,

Amo-te…

Na clandestinidade deste gigantesco Oceano

Dos vinhedos e dos socalcos

Esta minha pobre enxada

Que devasta a terra

E o medo de amar…

 

Amo-te…

Sem que eu saiba porque te amo…

E no entanto

Escrevo-te palavras…

As minhas palavras

Nas nossas tristes palavras,

 

Amo-te…

Amo-te dentro deste túnel de cansaço

Desta pobre avenida

Sem rimas para lançar ao mar…

Sem promessas de um abraço

Amo-te…

Como AL Berto o amava…

No silêncio do mar

Do silêncio de amar.

 

 

 

Alijó, 22/06/2023

Francisco Luís Fontinha

Viagem

 

Podia escrever nos teus lábios,

Amo-te,

Mas até isso deixei de fazer…

Já nem sei escrever,

Já nem sei viver…

Meu amor,

Podia desenhar nos teus olhos o mar,

A manhã a acordar…

Mas tão pouco sei desenhar…

Tão pouco…

Que já nada sei fazer...

Tão pouco,

Quando o vento me quer levar…

E eu…

Nada faço para que o vento não te leve,

E se o vento me levar,

Brevemente…

Serei certamente…

O poeta mais feliz do Reino de Deus.

 

 

 

 

28/06/2023

Os falsos das virtudes semeadas

 

Não tenho amigos

Amigas

Mas tenho uma folha em papel

Onde semeio coisas

Muitas coisas;

Aos falsos amigos

Às falsas amigas…

Que se fodam.

 

Um dia

Um dia pesará mais o meu caixão do que o meu próprio corpo…

Um dia

Qualquer dia

Terei mais poemas publicados

De que saudades…

Daqueles que se diziam…

Amigos.

 

Mesmo assim vou escrevendo coisas

Desenhando coisas

(tudo merda, diga-se)

Mas cada um faz o que pode…

E muitos

Nem fazem metade do que eu faço.

 

Não tenho amigos

Amigas

Mas tenho uma folha em papel

Onde semeio coisas

Muitas coisas;

Desenho o Inverno pincelado de paixão

Escrevo na mão

Que se fodam os amigos e as amigas

E voo sobre o mar…

 

Um dia

Qualquer dia…

Quando eu morrer…

Acordará a hipocrisia…

Das lágrimas

E da puta que os pariu

Que nunca mais os quero ver.

 

 

28/06/2023

Abelha amada

 

Meu pedacinho de mel,

Que aprisionas as minhas palavras,

Do teu silêncio fel,

Nas tristes madrugadas,

 

Nas alegres palavras,

Enquanto o sol dorme no teu olhar,

Das estrelas cansadas

Ao sofrimento mar,

 

Meu pedacinho de mel, poema madrugar,

Manhã acordada

Na maré amar,

 

Manhã cansada, manhã em sofrimento,

Meu pedacinho de mel, abelha amada,

Abelha do alegre pensamento.

 

Francisco