Gosto de pessoas sinceras, que dizem o que sentem,
E sentem o que pensam,
Como o luar…
Que sorri durante a noite…
E se esconde quando
acorda o dia.
Em cada traço a que dás
vida…
E lhe dás um nome,
É um amigo que te visita
durante a noite…
E conversa contigo…
Durante a noite.
Em cada traço que semeias
durante o dia no papel…
É a voz que te abraça na
solidão da noite…
Da solidão da insónia…
Também ela
Completamente só
29/06/2023
Amo-te…
Amo-te neste emaranhado
de Primaveras em flor
Deste triste poema
Sem nome
Deste pobre poema em
fome,
Amo-te…
Sabendo que apenas sou um
conjunto de palavras
Palavras minhas
As nossas palavras,
Amo-te…
Na clandestinidade deste
gigantesco Oceano
Dos vinhedos e dos
socalcos
Esta minha pobre enxada
Que devasta a terra
E o medo de amar…
Amo-te…
Sem que eu saiba porque
te amo…
E no entanto
Escrevo-te palavras…
As minhas palavras
Nas nossas tristes
palavras,
Amo-te…
Amo-te dentro deste túnel
de cansaço
Desta pobre avenida
Sem rimas para lançar ao
mar…
Sem promessas de um
abraço
Amo-te…
Como AL Berto o amava…
No silêncio do mar
Do silêncio de amar.
Alijó, 22/06/2023
Francisco Luís Fontinha
Podia escrever nos teus
lábios,
Amo-te,
Mas até isso deixei de
fazer…
Já nem sei escrever,
Já nem sei viver…
Meu amor,
Podia desenhar nos teus
olhos o mar,
A manhã a acordar…
Mas tão pouco sei
desenhar…
Tão pouco…
Que já nada sei fazer...
Tão pouco,
Quando o vento me quer
levar…
E eu…
Nada faço para que o
vento não te leve,
E se o vento me levar,
Brevemente…
Serei certamente…
O poeta mais feliz do Reino
de Deus.
28/06/2023
Não tenho amigos
Amigas
Mas tenho uma folha em
papel
Onde semeio coisas
Muitas coisas;
Aos falsos amigos
Às falsas amigas…
Que se fodam.
Um dia
Um dia pesará mais o meu caixão
do que o meu próprio corpo…
Um dia
Qualquer dia
Terei mais poemas
publicados
De que saudades…
Daqueles que se diziam…
Amigos.
Mesmo assim vou escrevendo
coisas
Desenhando coisas
(tudo merda, diga-se)
Mas cada um faz o que pode…
E muitos
Nem fazem metade do que eu
faço.
Não tenho amigos
Amigas
Mas tenho uma folha em
papel
Onde semeio coisas
Muitas coisas;
Desenho o Inverno
pincelado de paixão
Escrevo na mão
Que se fodam os amigos e
as amigas
E voo sobre o mar…
Um dia
Qualquer dia…
Quando eu morrer…
Acordará a hipocrisia…
Das lágrimas
E da puta que os pariu
Que nunca mais os quero
ver.
28/06/2023
Meu pedacinho de mel,
Que aprisionas as minhas
palavras,
Do teu silêncio fel,
Nas tristes madrugadas,
Nas alegres palavras,
Enquanto o sol dorme no
teu olhar,
Das estrelas cansadas
Ao sofrimento mar,
Meu pedacinho de mel,
poema madrugar,
Manhã acordada
Na maré amar,
Manhã cansada, manhã em
sofrimento,
Meu pedacinho de mel,
abelha amada,
Abelha do alegre
pensamento.
Francisco